domingo, 14 de janeiro de 2007

OS TRÊS REIS MAGOS

Por meio de uma especialíssima graça concedida a todos os crentes através da Beata Anna Catharina Emmerich*, Jesus mostrou à Sua serva os acontecimentos que fizeram parte da Sua infância, bem como do Seu Nascimento. Esses relatos chegam-nos hoje pela Editora Paulus, no livro A Infância de Jesus.
Das muitas maravilhas pelo Senhor reveladas e que os Evangelhos não nos puderam fazer chegar, consta um breve apontamento da história de cada uma daquelas distintas figuras, cujos nomes próprios desconhecíamos e que o tempo, a fantasia, o relativismo, o racionalismo, etc., procuram situar no simples domínio das fábulas.
Os nomes dos três Reis Magos, enquanto pagãos, eram: Mensor, Teokeno e Sair. Dois deles, porém, receberiam nome cristão ao serem baptizados.
Mensor, branco mas de tez morena, foi baptizado por São Tomé, a seguir à morte de Jesus, recebendo no baptismo o nome, Leandro.
Teokeno, de cor branca, o que estava doente quando Jesus o visitou, recebeu no baptismo o nome, Leão.
Sair, de cor escura, já tinha falecido ao tempo do Senhor, recebendo por isso o Baptismo de Desejo.
Por causa das suas qualidades, ficariam conhecidos como Gaspar, Melchior e Baltasar.
- Gaspar significa aquele que vai com amor;
- Melchior, o que anda com suavidade, e guia usando de mansidão e acariciando;
- Baltasar, o que obedece de imediato e sem discutir, isto é, sujeita a vontade própria à vontade de Deus.
Mensor, que é como dizer, o cristão Leandro, era da Caldeia, e a cidade onde nasceu tinha um nome parecido com Acaiaia ou Acaiacul. Fora edificada numa ilha e era rodeada por um rio. Porém, Mensor residia habitualmente nas terras de pastagens, no meio dos rebanhos (p.133).
Sabemos pelo Evangelho (Mt 2, 1ss) que os Reis Magos levaram ao Menino ouro, incenso e mirra, mas, para além disso, nada mais sabíamos. Agora, pela revelação de Jesus à Beata Catharina Emmrich, temos um dado novo: Por terem já falecido, no início da Sua vida pública Jesus quis honrar os três primeiros pastores a quem o Anjo anunciou o Nascimento do Salvador. Seus filhos, também pastores, conduziram Jesus à gruta tumular onde eles jaziam, e, junto aos corpos, Jesus encontrou as oferendas que os santos homens, os Reis Magos, também fizeram àqueles pastores, contendo um cofre pequenas barras de ouro, e outro preciosos tecidos bordados a fio de ouro. Interrogado sobre qual o destino a dar àquelas oferendas, Jesus disse-lhes que as necessidades da Igreja nascente seria um bom destino.**
Saibamos nós ter com as riquezas uma relação tão saudável quanto aquela que demonstraram os Reis Magos, que, sem os ensinamentos de vinte séculos de cristianismo, nos dão tão simples lição de partilha cristã, assim como os pastores, a quem bastou o que já tinham de mais valioso, que era o terem testemunhado o indizível mistério de Deus ter descido à condição humana, riqueza perante a qual nem o ouro tinha valor suficiente para a ele se prenderem.
Que os Reis Magos suscitem em nós o desejo de seguirmos pelo Caminho por eles trilhado e nos animem na jornada, para que os esplendores do Deus Menino tornem mais confortável o Seu nascimento no casebre que é o nosso coração.

*Beatificada em 3 de Outubro de 2004, por João Paulo II
**Cf. Vida Pública de Jesus - I Ano, Ed. Paulus, de Ana Catarina Emmerich, pp 67, 68

José Augusto Santos