terça-feira, 12 de outubro de 2010

Inscreveram-se na catequese de adultos e foram apanhados

Alguns apenas queriam ser padrinhos ou madrinhas e acabaram apanhados por uma força à qual não opuseram resistência, a força do Amor. Rendidos a essa Força, passaram a ver com outros olhos os caminhos até aí percorridos. Descobrindo a mão de Deus que os ampara, lançaram-se nas águas do Espírito. Daí em diante não conseguiram conter-se e, falando dessa paz e alegria interior, procuram que outros também sejam "apanhados". Estou a falar de um grupo de adultos que no passado ano pastoral (2009/10) frequentou a catequese para se prepararem para a recepção dos Sacramentos da Iniciação Cristã. Eis excertos de alguns testemunhos:

Consequência de alguma falta de acompanhamento e incentivo na vida Cristã, e de algum atrito com o Padre na paróquia à qual pertencia (que passava o tempo a gritar e ralhar na Catequese com os jovens do grupo), a minha vida Cristã era praticamente nula. Acreditava que para estar com Deus bastaria acreditar na sua existência e conversar com Ele, sem recurso a interpostas pessoas.

(…) Com esta experiência da Catequese de Adultos, muita coisa mudou na minha vida, aliás, percebi que não era só o meu filho que precisava de ser encaminhado nessas ditas linhas básicas, eu também necessitava de rever toda a minha estrutura de vida, o que veio a acontecer de um modo natural e gratificante.

Tornei-me numa pessoa que tenta ter o cuidado de pensar duas vezes antes de falar, tenta compreender independentemente das situações, em que julgar é algo que me passou a assustar e que decididamente não tenho o direito de fazer, algo que quero enquanto ser humano evitar a todo o custo, dá-me muito mais prazer ajudar os outros em vez de viver à sombra do típico desgraçadinho, cuja vida nunca corre bem, poder fazer o bem sem exigências aos outros.

Passei de um estado em que me tinham diagnosticado cansaço e uma quase depressão, a uma fase de paz interior.

Esse aumento de segurança, auto-estima ou mesmo reforço dos meus “pilares”, do meu eu, reflectiu-se em todas as áreas da minha vida. Profissionalmente o trabalho deixou de ser um fardo, passou do objectivo principal que me tirava o sono a algo a cumprir dignamente; emocionalmente, consegui começar a acreditar que vale a pena crer num futuro, numa família (tornou-se mesmo o meu principal objectivo de vida); socialmente, a solidão foi substituída pela vontade de ajudar o próximo, originando muitas situações em que ouvi as palavras: “parece que tens sempre as palavras certas”.

“Parece que tens sempre as palavras certas”, algo que comecei com o início da catequese a pedir a Deus, que me dotasse de assertividade, amor e compreensão pelo próximo, e me permitisse acabar com o meu lado egocêntrico.

Aquando da cerimónia de reconciliação, e após ter feito algo que não fazia talvez desde os meus 8 anos, confessar-me, essa paz de espírito e todos os momentos gratificantes intensificaram-se, assim como a minha vontade de agradecer a Deus muitos dos momentos que tenho vivido. (…)

* * *

(…) Recebi imensas Graças desde que iniciamos a Catequese, sinto-me uma pessoa mais liberta de um passado penoso, pronta para viver o presente em plenitude, com muito orgulho na fé que sinto, orgulho na minha familia, familia directa, nos amigos que encontrei neste grupo que são pessoas extraordinárias, na Comunidade da Paróquia da Ramada e nos seus representantes, e em todo os esforços que têm desenvolvido e que desconhecia. (…)

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(…) Com os preparativos para o Baptismo soube que para ser madrinha tinha de ter recebido o Crisma.
E agora?... Sou só testemunha?! Não. Eu quero ser madrinha. Quero assumir essa responsabilidade, e que responsabilidade!……
Foi então que voltei à catequese e conheci o José Augusto e um grupo enorme de pessoas que iriam fazer parte da minha vida.
No primeiro dia de catequese saí com uma vontade que à muito não sentia, pelo menos daquela forma. Senti de tal forma que falei com (…), e disse-lhe para ir também, pois achava que era das coisas preciosas que algum dia poderíamos partilhar, descobrir Deus.
Posso afirmar que estou surpreendida com muitas coisas, mas principalmente comigo. Não foi assim tanto tempo, passou depressa, mas cresci tanto que não consigo dimensionar. A calma e a serenidade tomaram conta da minha alma, o meu Anjo da Guarda, parece que o vejo sorrir ao meu lado. Mas principalmente apercebi-me do que é realmente viver e sentir Deus, o Amor de Deus.
Tenho de admitir que não foram só as sessões das quartas-feiras, nunca tinha pesquisado tanto e lido tanta coisa sobre a Religião Católica, sobre Jesus Cristo, sobre Deus.
Fiz uma lavagem aos meus conhecimentos, aprendi muita coisa e percebi muita coisa, que desconhecia ou não queria ver, às vezes é mais fácil.
Sinto que desde então é diferente, porque como o Zé disse enquanto desconhecemos não é pecado, desde o momento em que passamos a ter conhecimento as coisas complicam-se mais….
Muita coisa mudou, um exemplo muito simples, passei a receber na minha caixa de email todos os dias o Evangelho quotidiano, acreditam que leio com outros olhos?! Recebo a mensagem de maneira diferente daquela que receberia à alguns meses atrás! É a mensagem de Deus a passar. O meu coração abriu-se para Deus mais do que nunca. Sei que a caminhada não é fácil, mas mais do que nunca tenho vontade, vontade de conhecer, vontade de aprender, vontade de passar a palavra. Isto tudo, sabem porquê? Porque me sinto com Deus.
Eu que vinha só para ser Crismada para poder ser madrinha… descobri um Novo Amor. O Amor de Deus.

* * *

(…) Entrei para a catequese para fazer o crisma para poder ser madrinha e nada mais que isso, mas com o passar do tempo senti que não estava ali por acaso, foi Deus que me levou até lá. Percebi isso quando o Zé disse que por vezes temos que passar por dificuldades e sofrimento para nos tornarmos mais fortes, essas palavras deram-me mais força para encarar o meu problema e voltar a acreditar em Deus. (…)

* * *

Esta catequese fez-me acordar, suscitar de novo o interesse e admiração por Deus e pelas coisas de Deus, que no fundo é a nossa vida e tudo o que está à nossa volta.
Espero que Deus me dê a força necessária para ser melhor cristão do que tenho sido até aqui, a sapiência para poder transmitir ao meu filho os valores que Deus nos transmitiu, e o possa ver crescer ao lado de Cristo.

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(…) Quis o Senhor que por um conjunto de circunstâncias e coincidências, que vejo hoje que não o eram, que me visse “obrigada” a regressar à catequese para poder ser madrinha de uma criança linda cujos pais me escolheram para baptizar. (…)
Pensei, antes de ir à catequese pela primeira vez, que nada em mim ia mudar, que a minha fé era e seria a mesma coisa antes ou depois da catequese, enganei-me.
Percebi desde o primeiro dia que alguma coisa em mim ia mudar, percebi desde que entrei na sala da nossa catequese pela primeira vez que não estava ali por uma coincidência ou por um acaso.
Vejo hoje que o amor de Deus me chamou de volta, vejo hoje que andei tão perdida sem o saber. Andei perdida mas a acreditar que estava certa e sem a noção de que estava tão longe D’Ele.
Vejo hoje que o Senhor me ama muito mais do que eu revelei merecer por toda a minha vida e acima de tudo vejo que vivemos todos com os corações trancados ao amor de Deus e abertos para receber calorosamente todas as tentações do mundo.
Em alguns momentos, no decorrer da nossa catequese, meditei sobre o que estava a mudar em mim, percebi que tinha de ultrapassar uma resistência interna que me coibia de me deixar avassalar pelo amor de Cristo.
Percebi que o amor de Cristo nos chama a todo o instante, que se revela em todas as coisas e percebi que só não O vemos porque não queremos. Percebi, do mesmo modo, que o mundo tudo faz para nos afastar da Sua luz.
Vejo hoje que sabia muito pouco, que continuo a saber muito pouco sobre a nossa fé, sobre a nossa Igreja, sobre a mensagem de Amor que Cristo nos deixou. Sinto e sei que preciso saber mais, que preciso ler mais, meditar e rezar mais e sinto tudo isto não pela curiosidade de uma investigação académica mas de uma necessidade interior que me impele.
A leitura do compendio do Catecismo e de todos os textos da nossa catequese alimentam a minha fome de paz, percebo hoje que a minha inquietude de viver tinha e tem uma razão, percebi que buscava no mundo a paz que só Ele tem para me dar.
Sinto hoje, agora e a todo o instante que não vou conseguir voltar a viver afastada da oração, afastada da Luz. E quanto mais me apercebo disto mais o coração me dói por tomar consciência do quanto Ele me ama sem eu merecer.
Percebo agora que a emoção que sempre senti dentro de qualquer Igreja não era senão o Amor de Deus que me chamava e que eu não ouvia porque estava convicta que estava certa na minha forma de viver a fé. Era a arrogância da minha ignorância que fechava os meus olhos e os meus ouvidos.
Esta sensação, que se tornou uma certeza, ainda ficou mais evidente quando comecei a falar da catequese no meu trabalho e senti que as colegas não se retraiam de falar como esperava mas, pelo contrário, partilhavam cada vez mais a sua forma de viver a fé.
Durante a visita de Sua Santidade a Portugal pensei ir a Fátima na noite de 12 Maio mas como tínhamos catequese optei por não ir. Quis o Senhor que na minha ausência uma amiga, que há tanto tempo se afastara da Igreja, se sentisse impelida a ir por me ouvir dizer que iria se não tivesse catequese. A emoção de a ouvir dizer: “tu não vais, mas eu vou, sinto que tenho de ir” foi tão inesperada e autêntica que não consegui conter as lágrimas. Senti naquele instante que foi Nossa Senhora que a chamou e fiquei tão feliz de ela ir a Fátima como se fosse eu própria.
Quem procura a verdade, procura Deus ainda que não o saiba… e eu não sabia.

* * *

(…) Mas sabe José quando temos algo tão constante na nossa vida, tão seguro, tão “nosso” que o damos por garantido? E então deixamos de o valorizar, de o acarinhar, de o alimentar. Foi isto que eu fiz com o amor de Deus por mim.
E fui em busca dos meus sonhos. O curso superior, o carro, o namoro, a casa, o casamento, o trabalho. Alguns tornaram-se realidade. Mas desde os 19/20 anos, que sentia um vazio em mim, quase palpável e que, subtilmente, foi-se sobrepondo a tudo o que me fazia “feliz”.
A vida deixou de ter aquele tempero que nos faz correr atrás do que quer que seja. E então vieram 1001 razões e explicações para a tristeza, o desânimo, a angústia até. Desde a psicologia à bruxaria.
Até que, há cerca de 2 anos, num dia de muita chuva e a caminho da faculdade, era tanto o desespero que sentia, tanta a dor que me atormentava, que só queria regressar a casa. Assim que cheguei, corri a acender uma vela junto a uma imagem de Jesus e Maria, ajoelhei-me e chorei. Chorei muito e pedi perdão a Deus pelo meu desamor. Perdi a noção do tempo e acho que, por instantes, também a consciência ou, simplesmente, adormeci enquanto pedia a Sua ajuda.

«Procurei o Senhor, e Ele respondeu-me…»

Recordo-me de um Domingo pedir ao meu marido que me acompanhasse à missa. Fomos à Igreja Matriz de Odivelas. Senti aquele momento como um regresso a casa. A Missa começou e a minha ignorância apenas me permitia viver aquelas palavras em silêncio. Chorei de arrependimento, chorei de alívio. E todos os Domingos lá estava eu. Só ou acompanhada. São enGRAÇAdas estas “coisas” de Deus, pois assumi este compromisso mesmo antes de saber que é o 3º dos 10 mandamentos que nos deixou.
E tantas outras Graças se seguiram e que comecei a ser capaz de entender. A clareza de espírito e o discernimento, frutos da intimidade crescente pela oração, pelos desabafos, por tantas conversas e confidências. Temas antes controversos e assertivamente defendidos como o aborto, a homossexualidade ou o uso do preservativo viram as suas mais bem fundadas estruturas e argumentos caírem por terra. Todas as questões, dúvidas ou contestações sobre a Igreja perderam o rumo. Não que tenha encontrado respostas mais lógicas ou mais razoáveis, mas encontrei a Verdade. E sentir a Verdade de Deus como nossa é algo de verdadeiramente bom, não é José?
Quando em meados de Dezembro descobri que estava de esperanças, agradeci, pois só Deus me concede esta dádiva. Agradeço-Lhe esta prova tão divina do Amor que tem por mim. Descobri também que não podia esperar mais e decidi inscrever-me na catequese. Como fui bem recebida pela Fernanda. Voltei a sentir-me em casa. E depois conheci-o a si José. O seu sorriso espontâneo e o seu abraço fraterno acolheram-me. Estava em casa.
Assim tem crescido o meu conhecimento a par do meu amor por Deus. Gosto de saber do que falo e como gosto de falar de Deus… Gosto de partilhar a alegria que sinto e que não é passageira, que não vai e vem ao sabor das minhas coisinhas mundanas. Sim, porque a minha vida agora tem sabor, bem temperado. Agora tenho paz, porque confio. Já não desespero, mas espero… em Deus.
«Eis que estou convosco todos os dias até ao fim do mundo». E porque desejo muito manter esta cumplicidade, ser fiel a este amor todos os dias da minha vida é com grande ansiedade que desejo receber o sacramento do Crisma.
Só de pensar que Deus se faz presente em mim, pelo seu Espírito Santo, desta forma tão concreta… Porquê eu Senhor?

* * *

(…) A minha relação com Deus nunca foi como devia, Deus sabe... para mim rezar todas as noites, de vez em quando ir á missa era suficiente até ir para a catequese. Comecei a perceber que fazia muito pouco ou quase nada e até senti vergonha.
Hoje já não é assim graças á catequese, graças a si, Sr. Zé... mostrou-me tanta coisa bonita, ensinou-me tanto. Desde ai a minha vida mudou mesmo, rezo porque preciso, porque me apetece, porque me sinto bem; falo com Deus todos dias, falo de Deus todos dias. Agradeço tudo o que Deus me dá, e digo-lhe que o amo muito e sei que Ele nos ama também.
Sobre o caminho que está para além da recepção do crisma é claro que estou e estarei disponível a servir os irmãos seja no que for e também penso em mudar alguns aspectos, como, confessar-me mais vezes...

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A minha relação com Deus começou há alguns anos atrás, ao acompanhar a minha esposa (namorada na altura) à missa de domingo, (…) Comecei a ver Deus e Jesus Cristo de outra forma de certo modo Ele começou a fazer parte da minha vida, (…) Com a ajuda da minha esposa e dos meus sogros a minha fé foi crescendo.

No ano passado casei-me e fui convidado para ser padrinho da minha sobrinha (…) Fazer o crisma era algo que já tinha pensado algumas vezes mas talvez por uma questão de preguiça nunca me dispus a faze-lo, (…) Neste período em que tivemos os nossos encontros consigo sentir que abri muito mais o coração a Deus, comecei a "falar" mais com Ele e percebo agora que sempre esteve do meu lado mesmo quando não lhe dava a devida atenção e neste momento quando rezo durante a missa sinto algo diferente de anteriormente, sinto-me como que mais preenchido e as palavras fazem mais sentido. Sinto que agora vou poder ser um melhor cristão e serei um verdadeiro padrinho que irei acompanhar correctamente e com todo o meu coração a minha afilhada na sua caminhada na fé. (…)

* * *

Quando pequeno, levado por pais e avós, tinha tudo para seguir uma vida cristã exemplar: baptismo, primeira eucaristia, missa aos domingos, (…) tudo caminhava normalmente quando a chegada da adolescência me tornou um grande questionador das coisas, inclusive das coisas de Deus e principalmente do Clero, (…)
Passados tantos e tantos anos, agora pai e com uma filha na preparação para a primeira eucaristia, resolvi prosseguir na minha caminhada cristã, quando num domingo ouvi o sr. Pe. Arsénio avisar do início de uma catequese para mais crescidos, estava aí a minha oportunidade. Cheguei a ter grande expectativa na catequese, achei que me iria tornar um cristão melhor, mas com o passar dos encontros, vejo que na verdade me tornei um melhor conhecedor da vida cristã, e que devo me aproximar de Deus e de seus conhecimentos.

Hoje tenho uma certeza e uma felicidade, que é a constatação de que esta catequese plantou em mim uma semente que brotou e que me mostra quanto tempo eu perdi afastado de Deus e de como ele é importante para a saúde espiritual e física, minha e da minha família. Deus foi sempre muito bom para mim e quando as exigências familiares e profissionais não forem tão grandes, eu hei de encontrar forma de retribuir tudo o que me foi dado.