segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Por que chora o Menino Jesus?

Esta imagem do Menino Jesus tem uma história pouco banal. Um franciscano de Cava Dei Tirreni (perto de Salerno) foi a Israel em Outubro de 2010 e ao ver esta imagem, logo a comprou. De volta a Itália, pousou o embrulho numa sala do convento e foi deitar-se. No dia seguinte, acordou-o uma voz muito doce: «Abre-me, eu sufoco!». Perturbou-se, pensando que era a voz de sua mãe defunta. Depois foi abrir o embrulho que trouxera de Israel: E eis que a estátua tinha chorado lágrimas de sangue! Chamou o Bispo que, nesse dia, estava no convento. Também ele constatou as lágrimas muito frescas no rosto de Jesus. Foram logo chamadas as autoridades, peritos, etc.

Após demoradas análises, o facto foi comprovado como autêntico. Nenhuma fraude. O sangue é verdadeiro sangue humano, e tem as mesmas características que o do Sudário de Turim. Um ano mais tarde, a 24 de Outubro de 2011, a imagem é exposta à veneração dos fieis.

O Natal está próximo e nós já preparámos o presépio. O Menino Jesus será colocado nele e reuniremos a família para O venerar, O adorar e nos maravilharmos com a Sua vinda ao meio de nós. No entanto este Menino chorava, há um ano, lágrimas de sangue! O que quer isto dizer? Que mensagem quer Ele dar-nos? Porque sufoca na Sua caixa? Ele disse : «O que fizerdes ao mais pequeno dos Meus, é a Mim que o fazeis». Então, o que fizemos? O que deixámos de fazer?

Nós alindamos a história de Natal, juntamos grinaldas ao estábulo e suspendemos pequenas lampadas (não havia nenhuma luz no estábulo), nós tornamos o conjunto muito agradável de ver. Mas podemos interrogar-nos: «Menino Jesus, Tu, se nos falasses hoje, o que nos dirias? Porque choras? Que nova angústia mortal Te faz derramar lágrimas de sangue? Em que novo Gethsémani está mergulhado o Teu coraçãozinho que é só amor?

Cada um imaginará a Sua resposta. Mas estas lágrimas não devem passar-nos ao lado, elas abanam-nos! Sim, o que deixámos de fazer? Porque, mais do que nunca, temos ocasião de enxugar o rosto deste Menino! Nós podemos TODOS secar, pelo menos, uma dessas lágrimas de Sangue. E isso por uma simples oração com o coração, pelo abandono de um pecado grave, pela firme decisão de perdoar a alguém, por um jejum oferecido por uma mãe que projeta abortar, por uma visita a um vizinho devastado pela solidão, por uma oferta discreta a uma mãe de família em dificuldade... O Menino Jesus é tão humilde que aceita tudo, mesmo o mais pequenino sinal de afeto! O 25 de Dezembro não é o SEU aniversário? Não é Ele quem tem direito ao 1º lugar nas nossas celebrações e aos mais belos presentes da nossa árvore de Natal?

Pequenino Menino Jesus, pela Tua inocência vem curar os nossos corações sufocados sob as vãs preocupações do mundo! Nós não queremos deixar-Te gemer na Tua caixa fechada enquanto nos "divertimos" longe de Ti. Pelo contrário, abrimos-Te completamente todas as nossas portas! Queremos ter-Te conosco sempre, em todo o tempo e lugar, levar-Te no nosso coração ferido como o Menino da família de que nos orgulhamos! Porque «Tu és o mais belo dos filhos dos homens! O encanto se derramou em Teus lábios» (Sl 45,3). Não tenhas medo, Menino Jesus, não Te faremos nenhum mal, fica conosco; sem Ti estamos acabados! Tu és a nossa alegria e a nossa glória!

IR. Emmanuel de Medjugorje 2011

sábado, 17 de dezembro de 2011

Eslováquia inaugura monumento à criança não-nascida

Um grupo de mulheres, jovens mães, conscientes dos terríveis males decorrentes da prática abortiva, quis tocar as consciências de forma silenciosa mas não menos impactante do que a das grandes manifestações. E em resposta ao seu pedido, a Eslováquia presta homenagem à criança não-nascida, através de um monumento que expressa não só a dor e o arrependimento das mães que abortaram, mas também o perdão e o amor da criança que não nasceu para com sua mãe. 

Na inauguração deste monumento, obra de um jovem escultor, em 28 de Outubro de 2011, esteve o Estado representado pelo Ministro da Saúde.

Como na Eslováquia, a pouco e pouco outros países do leste europeu têm vindo a apagar a marca do comunismo declarando-se agora em favor da vida, equanto que na europa ocidental, onde se pretende “vender” democracia a outros póvos, se fomenta a matança dos mais indefesos.

Neste Portugal “à beira-mar plantado”, onde o aborto é gratuito porque pago pelos contribuites e onde ao mesmo tempo muitos doentes morrem por não lhes serem disponibilizados os cuidados necessários, seria de todo impensável eregir um monumento destes, e muito menos inaugurado por um membro do governo, apesar de todos os partidos serem tão democráticos, tão democráticos…

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Relato-testemunho de Maria Luísa, sobre o atentado na igreja de Madrid

Retirado de http://www.virgendolorosa.net/
Traduzido por José Augusto Santos

O meu nome é Maria Luísa e quero dar testemunho do que considero um milagre do Senhor na minha vida.

Em primeiro lugar, dou graças a Deus por esta experiência, na qual pude comprovar a protecção do Senhor e sua misericórdia.

O falar dela, com o tempo deixará de ser notícia, mas no meu coração e meu corpo, levo gravado a fogo, que Deus estava comigo naqueles momentos tão difíceis. Como me pediram que explique o que senti, tenho que voltar atrás a duas experiências ocorridas no tempo.

Há 30 anos que vim ao Escorial e Amparo Covas (Amparo Cuevas) dirigiu-se a mim, depois do rosário e pediu-me que rezasse, e disse-me que a Virgem lhe tinha dito que tínhamos que rezar muito pela humanidade. Também me impressionaram as suas palavras quando acrescentou que eu era uma eleita de Deus. Estas palavras ajudaram-me nos momentos de prova, para buscar mais a sabedoria que vem do alto.

Uns días antes do atentado contra a minha vida em 29 de Setembro de 2011, estive em Prado Novo e o Emílio disse-me que podia tocar o freixo das aparições, já que estava aberto o gradeamento que o rodeia. Logo me entregou sete estampas da Virgem das Dores, as quais passei pelo tronco fazendo o sinal da cruz. Disse-me que me serviriam para me proteger.

Eram as 20 horas de Quinta-feira 29 de Setembro e fui à celebração da Santa Missa na Paróquia de Santa Maria do Pinhal. Nunca imaginei o que ia acontecer aquela tarde e como ia influenciar a minha vida.

Ouvi um disparo e gritos. Voltei-me e levantei-me do meu banco e em frente a mim um homem com uma pistola que me apontava enquanto me sorria. Pelos seus olhos de louco pensei que me ia disparar à queima-roupa e que me mataria. Pois a experiência que tenho que partilhar, foi a enorme paz que senti no espírito, enquanto me olhava. Disparou-me um primeiro impacto no tórax e tombou-me no chão. Enquanto caía, recebi um segundo impacto no peito.

Uma vez no chão, consciente da gravidade, pensei, não tenho medo de morrer, e sobre tudo estando neste lugar Sagrado, a minha alma irá directamente para o céu. Nesse momento, ouvi uma voz no meu ouvido direito que me repetia “não vais morrer” “não vais morrer”três ou quatro vezes. Ao meu lado não havia nada físico pelo que entendo que o Senhor me estava fortalecendo.

Levantei-me sozinha, ao ouvir que o assassino se tinha suicidado e pedi ajuda. A pessoa que me ajudou e tapava os buracos das balas, chamava-se Jesús, um freguês da Paróquia. Enquanto chegavam os serviços do SAMUR, uma senhora abanava-me, porque eu sentia muito frio pela perda de sangue.

Cheguei ao hospital e os médicos tiveram que me fazer duas vezes uma TAC, porque não podiam compreender que as trajectórias das balas não me tenham feito nenhum dano interno. Tinha cinco buracos de entrada e saída de bala, e uma queimadura superficial, produzida por uma das duas balas, e os médicos repetiam: “ Não entendemos o que vemos, é um milagre”. Nas posteriores consultas, confirmaram que continuam sem entender que esteja viva sem me danificar nenhum órgão. A minha recuperação foi meteórica e aos três dias e meio estava em minha casa e só tenho dores controláveis no tórax.

Aos três dias de sair do hospital, senti a necessidade de ir a Prado Novo dar graças à Virgem por me ter amparado.

Por último, como disse ao princípio, esta experiência tão dura, incrementa a minha Fé no Senhor e o meu desejo de compartilhar o seu Amor e a sua Fidelidade.

Mª Luisa Fernández
Madrid, 5 Novembro de 2011

domingo, 20 de novembro de 2011

Impressionante relato de uma visão do Inferno

Sendo Novembro o Mês das Almas, entendo ser tão importante quão oportuno trazer aqui este caso de uma jovem Sul-coreana a quem Jesus levou ao inferno, para que ela, através da pintura, relatasse o que viu.

Caríssimo leitor, se lhe custa aceitar o que é descrito no vídeo, leia a Bíblia, e verá que não encontra contradição alguma. Na liturgia deste mesmo dia (Domingo de Cristo Rei), àqueles que terminam a sua passgem por esta vida sem se terem preocupado com o seu bem espiritual, diz Jesus: «Afastai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, que está preparado para o diabo e para os seus anjos!» (Mt 25, 41).

Entenda que é tempo de pôr em primeiríssimo lugar o plano do seu reencontro com Deus, em detrimento de todo e qualquer outro plano. Volte-se hoje mesmo para Deus, porque amanhã já pode ser tarde!

http://www.youtube.com/watch?v=jrkMTxcjapU

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Relação de Fátima e de Santos com o Escapulário

Eis alguns exemplos do valor que Santos deram ao Escapulário do Carmo:

- O Beato João Paulo II, ao declarar que usava o Escapulário desde sua juventude, escreveu: “O Escapulário é signo de aliança entre Maria e os fiéis. Traduz concretamente a entrega, na cruz, de Maria ao discípulo João” (Jo 19, 25-27).

- São Simão Stock, que teve a dita de receber o Escapulário das mãos da Rainha do Céu, no mesmo dia o tocou no corpo de um moribundo impenitente, obtendo o primeiro milagre do Escapulário com a imediata conversão do doente.

- São João da Cruz, ao perguntar muitas vezes ao frade que o assistia em sua última doença, que dia da semana era, explicou: “ Pergunto porque me veio agora à memória quão grande benefício é o que faz Nossa Senhora aos religiosos de sua Ordem que portaram seu hábito e fizeram o que esse privilégio pede”. Realmente faleceu na alvorada de um sábado, 14 de Dezembro de 1591.

- Santa Teresa de Jesus com frequência se gloriava de portar o Escapulário “ como indigna Carmelita”. E zelava para que suas religiosas não deixassem de dormir com ele posto. Dirigindo-se a elas, escrevia: “Só posso confiar na misericórdia do Senhor... e nos merecimentos de Seu Filho e da Virgem Maria Santíssima, Sua Mãe, cujo hábito indignamente trago e vós trazeis”.

- Santo Afonso Maria de Ligório não só usava o Escapulário, mas o recomendava insistentemente aos fiéis. O Escapulário com o qual foi enterrado permaneceu incorrupto no sepulcro, e é hoje venerado num relicário em Marianella, sua cidade natal.

- São Pedro Claver serviu-se incessantemente do Escapulário do Carmo em seu apostolado com os negros na Colômbia. Conserva-se uma pintura representando-o no leito de morte, com um crucifixo em uma das mãos e o Escapulário sobre o peito; em volta à sua cama, muitos negros com o Escapulário ao pescoço, beijando os pés e as mãos do missionário.

- São João Bosco recebeu-o na infância e difundiu-o durante toda a vida. Enterrado em 1888 com o Escapulário, em 1929 foi encontrado o mesmo em perfeito estado de conservação, sob as vestes apodrecidas e os mortais mumificados desse grande apóstolo e incomparável educador da juventude.

- São Boaventura dizia: “Desafoguem o peito diante da Virgem do Carmo os pecadores mais empedernidos: revistam-se do seu Santo Escapulário e Ela os conduzirá ao porto da conversão. Honrem-na com o uso do Escapulário e demais obrigações ou obséquios da Confraria.

Adaptado do sítio da Basílica do Carmo, que cita Plínio Maria Solimeo, em A grande promessa de salvação, Artpres, S. Paulo, 2000, p. 51-53.


O ESCAPULÁRIO E FÁTIMA

Tem o Escapulário alguma relação com Fátima? Tem. Após a última aparição de Nossa Senhora na Cova da Iria, surgiram aos olhos dos três videntes diversas cenas.

Na primeira, ao lado de São José e tendo o Menino Jesus ao colo, Ela apareceu como Nossa Senhora do Rosário.

Em seguida, junto a Nosso Senhor acabrunhado de dores a caminho do Calvário, surgiu como Nossa Senhora das Dores.

Finalmente, gloriosa, coroada como Rainha do Céu e da Terra, a Santíssima Virgem apareceu como Nossa Senhora do Carmo, tendo o Escapulário na mão.

- Que pensa da razão por que Nossa Senhora apareceu com o Escapulário nesta última visão? - perguntaram a Lúcia em 1950.

- É que Nossa Senhora quer que todos usem o Escapulário - respondeu ela.

"E é por este motivo que o Rosário e o Escapulário, os dois sacramentais marianos mais privilegiados, mais universais, mais antigos e mais valiosos, adquirem hoje uma importância maior do que em nenhuma passada época da História".


ORAÇÃO A NOSSA SENHORA DO CARMO

Santíssima Virgem Maria, Esplendor e Glória do Carmelo! Vós que olhais com especial ternura os que se revestem com o vosso Santo Escapulário, cobri-me com o manto da vossa maternal protecção pois a Vós me consagro hoje e para sempre. Fortalecei a minha fraqueza com o vosso poder. Iluminai as trevas do meu espírito com a vossa sabedoria. Aumentai em mim a fé, a esperança e a caridade. Adornai a minha alma com a graça e as virtudes que a tornem agradável ao vosso divino Filho. Assisti-me durante a vida, consolai-me na hora da morte com a vossa presença e apresentai-me à Santíssima Trindade como vosso filho e servo dedicado, para que eu possa louvar-Vos e bendizer-Vos por toda a eternidade. Amén!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O Escapulário do Carmo

Adaptado de acidigital

Quem não o trará consigo como penhor de salvação eterna e protecção nos perigos, se Deus o concedeu ao mundo para honrar Sua Mãe e ajudar a salvar e proteger os seus filhos justos e pecadores?

Foi em 16 de Julho de 1251 que Nossa Senhora, aparecendo a São Simão Stock, superior geral dos Carmelitas, lho entregou dizendo: "Recebe meu filho, este Escapulário da tua Ordem, como sinal distintivo da minha confraria e selo do privilégio que obtive para ti e para todos os Carmelitas. O que com ele morrer, não padecerá o fogo eterno. Este é um sinal de salvação, uma salvaguarda nos perigos e prenda de paz e de aliança eternas".

Setenta anos mais tarde, aparece a Virgem ao Papa João XXII, confirma esta promessa e acrescenta outra, chamada a do privilégio sabatino, em que, mediante determinadas condições, a alma do confrade Carmelita será livre do Purgatório se lá estiver, no sábado a seguir à sua morte. Os Soberanos Pontífices consideram como pertencentes à Ordem do Carmo, todos os que recebem o seu Escapulário. Para que todos possam usufruir das graças inerentes ao Escapulário, Sua Santidade, o Papa PIO X, em 16 de Dezembro de 1910, concedeu que o Escapulário, uma vez imposto, pudesse ser substituído por uma medalha que tenha dum lado Nossa Senhora sob qualquer invocação (Carmo, Dores, Conceição, Fátima, etc.) e do outro lado, o Coração de Jesus, e benzida com o simples sinal da cruz, na intenção de substituir este Escapulário.

Em 28 de Janeiro de 1964, o Papa Paulo VI concedeu ainda que todos os Sacerdotes pudessem impor o Escapulário e substitui-lo pela respectiva medalha, pois até aí era um privilégio dos Padres Carmelitas e de outros Sacerdotes que o pedissem à Santa Sé, e nisto se mostra o desejo da Santa Igreja de que todos o tragam.

CONDIÇÕES

- Para a 1ª graça (ser livre do fogo do Inferno, a mais importante de todas):

Ter recebido este Escapulário imposto pelo Sacerdote e trazê-lo, ou a medalha que o substitui. Morrer com ele ou com a medalha, o que significa que se saiu deste mundo em estado de graça santificante.

- Para a 2ª graça (isto é, o privilégio sabatino: ser libertado do Purgatório no primeiro sábado depois da morte, se para lá se foi):

Além das condições para a primeira graça, que é a mais importante, guardar ainda a castidade própria de cada estado, que aliás, já obrigatória para todos por mandamento divino; rezar, sabendo ler, todos os dias, o pequeno Ofício de Nossa Senhora, ou, não sabendo, abster-se de comida de carne nas quartas-feiras e sábados.

Estas obrigações podem ser comutadas (a reza do Ofício e da abstinência de comida de carne) por um Sacerdote, o que impôs o Escapulário ou o Confessor, por outra obra pia, por exemplo: a reza de 7 (sete) Pai-Nossos, 7 Ave Marias e 7 (sete) Glórias, ou pela reza do Terço ou por outra mais fácil.

Quem reza o Terço todos os dias, esse vale sem ser preciso mais nada, podendo aplicá-lo por todas as intenções de costume. O Sacerdote, que reza o Ofício divino, também já cumpre sem ser preciso outra comutação. Aos homens e às crianças, que normalmente rezam menos que as mulheres, pode-se comutar por 3 Ave Marias, rezadas diariamente. Assim aconselha o Santo Padre Cruz, que foi um grande Apóstolo do Eascapulário.

QUEM O PODE RECEBER?

Todos os Católicos que o peçam, o podem receber, imposto por um Sacerdote. Podem-no receber ainda as crianças baptizadas, mesmo inconscientes e os doentes destituídos dos sentidos, pois, parte-se do princípio que, se conhecessem o seu valor, o quereriam receber. É óptimo o costume de o por logo no dia do Baptismo.

O Escapulário é de tecido de lã de cor castanha ou preta, mas o mais comum é o de cor castanha. O Escapulário, uma vez benzido, não precisa de nova bênção quando se substitui por outro; a medalha sim, precisa de nova bênção.

O valor do Escapulário está no tecido de lã com a bênção própria e não nas imagens que costuma ter. Pode ser lavado, podem-se mudar os cordões, pode ser revestido de plástico para não sujar, etc. Devemos andar sempre com ele ou com a medalha, e sobretudo, tê-lo à hora da morte. Nunca o deixemos, mesmo ao tomar o banho. Quem o recebeu e deixou de traze-lo consigo, basta que comece de novo a usá-lo, ou à medalha, sem precisar de nova imposição.

Sua Santidade Pio X concedeu que os militares em campanha possam impor a si próprios o Escapulário ou a medalha, uma vez benzidos pelo Sacerdote, e que tendo acabado a sua missão, continuem a usufruir de todas as graças e privilégios a ele inerentes, sem o terem de receber de novo.

Certamente que o Escapulário não dispensa dos Sacramentos, que são os meios instituídos por Nosso Senhor como via normal para nos santificar, nem dispensa das práticas das virtudes. Não coloca no Céu as almas em pecado mortal, mas ajuda a bem receber os Sacramentos e à conversão da alma e a perseverar no bem. Ajuda a sair do estado de pecado mortal, onde houver um mínimo de boa vontade.

O Escapulário do Carmo é um dom misericordioso do Céu, obtido por intercessão da Mãe da Misericórdia, já que os justos e os pecadores custaram o Sangue de Jesus e as Lágrimas e Dores de Maria Santíssima.

ALGUNS EXEMPLOS

- Protecção nos perigos - Há alguns anos, mocinhas foram passar uma tarde na praia da Costa de Caparica (Portugal). Era num tempo em que as roupas de banho e as praias não tinham descido à degradação dos tempos actuais. Todas tinham o Escapulário do Carmo e nenhuma sabia nadar. Só uma persistiu em o levar, as outras, por respeito humano, tiraram-no.

Brincavam alegres à beira da água, quando uma onda perdida sobreveio inesperadamente e as levou. O povo acorreu em grande gritaria. Surge outra onda que deposita na praia uma delas, precisamente a que levava o Escapulário e se salvou. As outras duas pereceram. Os seus corpos foram encontrados já em estado de putrefacção depois de três dias, junto ao Cabo Espichel.

- Protecção contra o demónio - Assisti um dia aos exorcismos feitos por um Sacerdote sobre um rapaz possesso do demónio. O diabo foi obrigado a confessar que se aquele rapaz tivesse recebido antes o Escapulário, não poderia ter entrado nele.

- Livra do Inferno - Fui chamado para dar os últimos Sacramentos a um homem que tinha alta patente na Maçonaria. Dissera a um amigo meu: "Quem me dera ver-me livre da Maçonaria".

Rezava todos os dias com os netos. Tinha recebido o Escapulário em pequeno, pois fora aluno dos Padres Jesuítas, que o impunham sempre. Cheguei, dei-lhe os Sacramentos e impus-lhe o Escapulário, pois não o trazia consigo. Começou aos urros como um leão preso na jaula e a cama rangia fortemente. Depois, tudo acalmou. Não duvido moralmente da salvação eterna desta alma.

A um outro doente, com fama de muita virtude e a quem visitei, pus-lhe o Escapulário. Pediu-me logo para se confessar. Tinha passado a vida cometendo sacrilégios, pois tinha vergonha de confessar os seus desmandos sexuais. Morreu santamente, louvando cheio de alegria a Misericórdia Divina.

E tantos e tantos são os prodígios que teria para contar! Ah! Recebamos todos o Escapulário do Carmo, porque ele é dádiva misericordiosa de Maria, obtida do seu Filho Jesus! O Escapulário, o Terço e a Devoção ao Coração Imaculado de Maria fazem parte da Mensagem de Fátima. Tantos Papas e tantos Santos têm falado dele, que será tristeza, para não se dizer loucura, não lhe ter apreço. Leão XIII beijava-o repetidas vezes na agonia. Pio XII trazia-o desde a infância, e queria que todos o soubessem. João XXIII e Paulo VI consideram-no como grande graça concedida ao mundo - P.O.J.R.

IMPOSIÇÃO DO ESCAPULÁRIO POR UM SACERDOTE

- Senhor Jesus Cristo, Salvador dos homens, † abençoai este hábito de Nossa Senhora do Carmo, que, como sinal de Consagração a Maria, vai ser imposto ao vosso servo, para que pela intercessão de Maria Santíssima, possa alcançar maior plenitude de graça.

(Asperge o Escapulário com água benta)

[IMPOSIÇÃO:] - Recebe este santo hábito para que, trazendo-o com devoção, te defenda do mal, e te conduza à vida eterna. - Amém.

(Coloca-o ao pescoço de cada pessoa)

- Participas desde este momento de todos os bens espirituais, de que gozam os religiosos do Carmo, em Nome do Pai † e do Filho e do Espírito Santo.

- Amém.

- O Senhor que se dignou admitir-te entre os confrades do Carmo, † te abençoe; e mediante este sinal de Consagração, te faça forte na luta desta vida, e te conduza à felicidade eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

- Amém.

(Asperge o Confrade com água benta)

[Com Aprovação Eclesiástica]

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

"O ÚLTIMO SEGREDO"

O romance de José Rodrigues dos Santos, intitulado “O último segredo”, é formalmente uma obra literária. Nesse sentido, a discussão sobre a sua qualidade literária cabe à crítica especializada e aos leitores. Mas como este romance do autor tem a pretensão de entrar, com um tom de intolerância desabrida, numa outra área, a história da formação da Bíblia por um lado, e a fiabilidade das verdades de Fé em que os católicos acreditam por outro, pensamos que pode ser útil aos leitores exigentes (sejam eles crentes ou não) esclarecer alguns pontos de arbitrariedade em que o dito romance incorre.

1. Em relação à formação da Bíblia e ao debate em torno aos manuscritos, José Rodrigues dos Santos propõe-se, com grande estrondo, arrombar uma porta que há muito está aberta. A questão não se coloca apenas com a Bíblia, mas genericamente com toda a Literatura Antiga: não tendo sido conservados os manuscritos que saíram das mãos dos autores torna-se necessário partir da avaliação das diversas cópias e versões posteriores para reconstruir aquilo que se crê estar mais próximo do texto original. Este problema coloca-se tanto para o Livro do Profeta Isaías, por exemplo, como para os poemas de Homero ou os Diálogos de Platão. Ora, como é que se faz o confronto dos diversos manuscritos e como se decide perante as diferenças que eles apresentam entre si? Há uma ciência que se chama Crítica Textual (Critica Textus, na designação latina) que avalia a fiabilidade dos manuscritos e estabelece os critérios objetivos que nos devem levar a preferir uma variante a outra. A Crítica Textual faz mais ainda: cria as chamadas “edições críticas”, isto é, a apresentação do texto reconstruído, mas com a indicação de todas as variantes existentes e a justificação para se ter escolhido uma em lugar de outra. O grau de certeza em relação às escolhas é diversificado e as próprias dúvidas vêm também assinaladas.

Tanto do texto bíblico do Antigo como do Novo Testamento há extraordinárias edições críticas, elaboradas de forma rigorosíssima do ponto de vista científico, e é sobre essas edições que o trabalho da hermenêutica bíblica se constrói. É impensável, por exemplo, para qualquer estudioso da Bíblia atrever-se a falar dela, como José Rodrigues dos Santos o faz, recorrendo a uma simples tradução. A quantidade de incorreções produzidas em apenas três linhas, que o autor dedica a falar da tradução que usa, são esclarecedoras quanto à indigência do seu estado de arte. Confunde datas e factos, promete o que não tem, fala do que não sabe.

2. Chesterton dizia, com o seu notável humor, que o problema de quem faz da descrença profissão não é deixar de acreditar em alguma coisa, mas passar a acreditar em demasiadas. Poderíamos dizer que é esse o caso do romance de José Rodrigues dos Santos. A nota a garantir que tudo é verdade, colocada estrategicamente à entrada do livro, seria já suficientemente elucidativa. De igual modo, o apontamento final do seu romance, onde arvora o método histórico-crítico como a única chave legítima e verdadeira para entender o texto bíblico. A validade do método de análise histórico-crítica da Bíblia é amplamente reconhecida pela Igreja Católica, como se pode ver no fundamental documento “A interpretação da Bíblia na Igreja Católica” (de 1993). Aí se recomenda o seguinte: «os exegetas católicos devem levar em séria consideração o caráter histórico da revelação bíblica. Pois os dois Testamentos exprimem em palavras humanas, que levam a marca do seu tempo, a revelação histórica que Deus fez… Consequentemente, os exegetas devem servir-se do método histórico-crítico». Mas o método histórico-crítico é insuficiente, como aliás todos os métodos, chamados a operar em complementaridade. Isso ficou dito, no século XX, por pensadores da dimensão de Paul Ricoeur ou Gadamer. José Rodrigues dos Santos parece não saber o que é um teólogo, e dir-se-ia mesmo que desconhece a natureza hipotética (e nesse sentido científica) do trabalho teológico. O positivismo serôdio que levanta como bandeira fá-lo, por exemplo, chamar “historiadores” aos teólogos que pretende promover, e apelide apressadamente de “obras apologéticas” as que o contrariam.

3. A nota final de José Rodrigues dos Santos esconde, porém, a chave do seu caso. Nela aparecem (mal) citados uma série de teólogos, mas o mais abundantemente referido, e o que efetivamente conta, é Bart D. Ehrman. Rodrigues dos Santos faz de Bart D.Ehrman o seu teleponto, a sua revelação. Comparar o seu “Misquoting Jesus. The Story Behind who Changed the Bible and Why” com o “O Último segredo” é tarefa com resultados tão previsíveis que chega a ser deprimente. Ehrman é um dos coordenadores do Departamento de Estudos da Religião, da Universidade da Carolina do Norte, e um investigador de erudição inegável. Contudo, nos últimos anos, tem orientado as suas publicações a partir de uma tese radical, claramente ideológica, longe de ser reconhecida credível. Ehrman reduz o cristianismo das origens a uma imensa batalha pelo poder, que acaba por ser tomado, como seria de esperar, pela tendência mais forte e intolerante. E em nome desse combate pelo poder vale tudo: manobras políticas intermináveis, perseguições, fabricação de textos falsos… Essa luta é transportada para o interior do texto bíblico que, no dizer de Ehrman, está repleto de manipulações. O que os seus pares universitários perguntam a Ehrman, com perplexidade, é em que fontes textuais ele assenta as hipóteses extremadas que defende.

4. Resumindo: é lamentável que José Rodrigues dos Santos interrogue (e se interrogue) tão pouco. É lamentável que escreva centenas de páginas sobre um assunto tão complexo sem fazer ideia do que fala. O resultado é bastante penoso e desinteressante, como só podia ser: uma imitação requentada, superficial e maçuda. O que a verdadeira literatura faz é agredir a imitação para repropor a inteligência. O que José Rodrigues dos Santos faz é agredir a inteligência para que triunfe o pastiche. E assim vamos.

 Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura
© SNPC 24.10.11

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Imaginem

Por Mário Crespo
in Livresco's Weblog

Imaginem que todos os gestores públicos das setenta e sete empresas do Estado decidiam voluntariamente baixar os seus vencimentos e prémios em dez por cento. Imaginem que decidiam fazer isso independentemente dos resultados.

Se os resultados fossem bons as reduções contribuíam para a produtividade. Se fossem maus ajudavam em muito na recuperação. Imaginem que os gestores públicos optavam por carros dez por cento mais baratos e que reduziam as suas dotações de combustível em dez por cento.

Imaginem que as suas despesas de representação diminuíam dez por cento também. Que retiravam dez por cento ao que debitam regularmente nos cartões de crédito das empresas. Imaginem ainda que os carros pagos pelo Estado para funções do Estado tinham ESTADO escrito na porta. Imaginem que só eram usados em funções do Estado.

Imaginem que dispensavam dez por cento dos assessores e consultores e passavam a utilizar a prata da casa para o serviço público. Imaginem que gastavam dez por cento menos em pacotes de rescisão para quem trabalha e não se quer reformar. Imaginem que os gestores públicos do passado, que são os pensionistas milionários do presente, se inspiravam nisto e aceitavam uma redução de dez por cento nas suas pensões. Em todas as suas pensões. Eles acumulam várias. Não era nada de muito dramático. Ainda ficavam, todos, muito acima dos mil contos por mês.

Imaginem que o faziam, por ética ou por vergonha. Imaginem que o faziam por consciência. Imaginem o efeito que isto teria no défice das contas públicas. Imaginem os postos de trabalho que se mantinham e os que se criavam. Imaginem os lugares a aumentar nas faculdades, nas escolas, nas creches e nos lares. Imaginem este dinheiro a ser usado em tribunais para reduzir dez por cento o tempo de espera por uma sentença. Ou no posto de saúde para esperarmos menos dez por cento do tempo por uma consulta ou por uma operação às cataratas.

Imaginem remédios dez por cento mais baratos. Imaginem dentistas incluídos no serviço nacional de saúde. Imaginem a segurança que os municípios podiam comprar com esses dinheiros. Imaginem uma Polícia dez por cento mais bem paga, dez por cento mais bem equipada e mais motivada. Imaginem as pensões que se podiam actualizar. Imaginem todo esse dinheiro bem gerido. Imaginem IRC, IRS e IVA a descerem dez por cento também e a economia a soltar-se à velocidade de mais dez por cento em fábricas, lojas, ateliers, teatros, cinemas, estúdios, cafés, restaurantes e jardins.

Imaginem que o inédito acto de gestão de Fernando Pinto, da TAP, de baixar dez por cento as remunerações do seu Conselho de Administração nesta altura de crise na TAP, no país e no Mundo é seguido pelas outras setenta e sete empresas públicas em Portugal. Imaginem que a histórica decisão de Fernando Pinto de reduzir em dez por cento os prémios de gestão, independentemente dos resultados serem bons ou maus, é seguida pelas outras empresas públicas.

Imaginem que é seguida por aquelas que distribuem prémios quando dão prejuízo. Imaginem que país podíamos ser se o fizéssemos. Imaginem que país seremos se não o fizermos.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Mesmo sendo padre, é tudo menos Católico

Por: José Augusto Santos,
in Notícias de Chaves, Nº 3137, de 30-9-11

«...contrariamente ao que se diz, que há falta de padres, eu digo que há padres a mais, porque o que realmente falta são bons padres.»

      No dia 2 de Setembro, depois de ler uma breve notícia no Correio da Manhã, disse para mim mesmo que era desta que eu tinha que deitar mão ao assunto. Dois dias depois, na Missa dominical, a mensagem desse dia não podia ser mais a propósito (Ez 33, 7-9; Mt 18, 15-20) para me obrigar a decidir.
      O assunto, pois claro, é o padre Fontes e seu paupérrimo e desastroso ministério. Pelo sacramento da Ordem, foi constituído ministro sagrado de Cristo para apascentar o Seu rebanho. O que é que ele fez entretanto ao poder que lhe foi conferido há 46 anos? Abafou-o, para se entregar à imundice do pecado. O Diabo cegou-o. Fê-lo negar a doutrina da Santa Igreja e atraiu-o para os seus enganos, para a sua igreja, que é em parte constituída pelo esoterismo, o ocultismo e toda a espécie de bruxarias.
      Padres houve que, fechando o coração aos impulsos neles gerados pelo Espírito Santo, trocaram o amor a Cristo por amores mais terrenos e acabaram por renunciar ao ministério sacerdotal, enquanto que o indigno padre Fontes, mesmo amantizado com o Diabo, continua como padre…
      Sr. António Lourenço Fontes: por mim pode continuar a ser aplaudido e homenageado, pode até vir a ser constituído membro das Ordens Honoríficas, o que já não pode é continuar com os seus sofismas enquanto padre. Não pode continuar a conduzir os seus paroquianos, e outros que lhe dão ouvidos, pelo caminho do erro e com isso levá-los consigo à perdição. Nas suas homilias, pode até falar do bem, mas para si, a ascese é coisa sem sentido, coisa apenas dos textos hagiográficos. Se assim não fosse não seria possível que um padre se assumisse como promotor de eventos que para si são certames culturais, mas que não passam, claramente, de caminhos que conduzem a práticas abomináveis para Deus (cf. Dt 18, 10-12a) e que são a antecâmara do satanismo.
      Penitencie-se, e peça ao Espírito Santo que restaure em si os Dons necessários para poder regressar ao inefável amor de Deus! Ele, na Sua infinita misericórdia, recebê-lo-á com lágrimas de alegria. Caso contrário, depois de aqui na terra ter recebido aplausos e medalhas, aquele que o seduziu irá galardoá-lo com um grande “medalhão”, talvez uma mó de moinho presa ao pescoço para o levar para as profundezas do inferno.
      Atolado como está na imundice infernal, não lhe será fácil a Conversão. Peça por isso aos Santos e às almas piedosas que intercedam por si. Mas se tenciona persistir no erro, tenha por uma vez o mínimo de dignidade e renuncie ao ministério sagrado, pois contrariamente ao que se diz, que há falta de padres, eu digo que há padres a mais, porque o que realmente falta são bons padres.
      A si, Sr. António Lourenço Fontes, penso que nada mais me resta dizer-lhe senão reiterar aquilo que já dizia atrás: para bem das almas e da Igreja de Cristo, para a sua própria salvação, Converta-se! Mas se não consegue viver sem a fétida popularidade que o Diabo lhe deu, renuncie ao ministério sagrado, porque ainda que continue a dizer-se padre, há muito que deixou de ser sacerdote do Altíssimo!
      Voltando-me agora para si, caríssimo leitor, se se diz Católico não pode escandalizar-se com estas minhas palavras. Pense no que diria o próprio Jesus, depois de ter dito a Pedro: «Afasta-te, Satanás» (Mt 16, 23), em circunstâncias que para nós, estou certo, não veríamos motivo para tal… Se elas estão a merecer a sua indignação, será a altura de aprofundar o conhecimento sobre os pilares que sustentam a Igreja de Cristo, e então verá que o padre Fontes não passa de uma triste e muito tosca figura de sacerdote, de um grande herege e sincretista em vestes de padre.
      Sincretista, porque no seu caldeirão de bruxo-mor (é o que parece nas imagens já televisionadas) faz um caldo com o esoterismo, a religião, algum misticismo e o sagrado. E herege porque nega, não apenas um, que já seria o bastante, mas vários dogmas.
      Na sua “carta de apresentação” na internet, referindo-se ao CMP de Vilar de Perdizes, diz que «foi como que a arte de sacralizar o profano, e profanar o sagrado».
      Sacralizar o profano, é o que a Igreja sempre tem feito ao longo dos séculos para tornar digno aquilo cujo fim é servir ao culto a prestar a Deus. Nesta afirmação, o padre Fontes parece fazer-nos crer que ele, com algumas benzeduras, e o próprio Congresso, têm tornado sagrado o que era profano… Só mesmo do inferno poderia vir tanta petulância e descaramento em querer fazer passar os Católicos fiéis por mentecaptos.
      Já quanto à arte de «profanar o sagrado», qualquer um reconhece que é o que melhor têm feito e da forma mais eficaz. Disso se pode gabar. Pode ainda gabar-se de conseguir o paradoxo que é o viver mergulhado no paganismo que promove, enquanto continua como padre.
      O seu sentido do sagrado está completamente distorcido. Se diz que há «carência duma religiosidade mais palpável, sensível, menos espiritualista, mais virada para os problemas humanos e menos para os ritos dominicais monocórdicos», o homem perdeu completamente o juízo. Só a análise desta frase dava “pano p’ra mangas”. Cingindo-me porém e apenas a uma brevíssima referência aos ditos «problemas humanos», que o padre Fontes mostre a sua obra em favor dos pobres, e eu lhe direi do incansável trabalho que a Igreja sempre tem feito nessa área! Só assim fala quem é falacioso, quem tem a desfaçatez de afrontar a verdade dos factos.
      O padre Fontes é tudo menos Católico. Pode dizer-se que a sua religião roça o arianismo, passa pelo nestorianiosmo e abarca o luteranismo e o calvinismo, sendo bem provável que simpatize com o panteísmo. Por isso não erra quem disser que ele é cismático, uma vez que o cisma, é «a recusa da sujeição ao Sumo Pontífice ou da comunhão com os membros da Igreja que lhe estão sujeitos» (CDC Cân. 751). Para o povo, porém, passa despercebido como cismático porque continua a ocupar o lugar e a ser visto como um padre católico.
      É herege, na medida em que nega a Verdade que à Igreja foi revelada, tenha ela sido definida dogmaticamente ou não. A definição dogmática é o pronunciamento definitivo, infalível e irrevogável de verda­des da fé ou da moral como reveladas, feito pelo supremo magistério da Igreja (Papa ou Concílio Ecuménico com o Papa, cf. CDC Cân. 749; CIC 889-891). E uma das grandes heresias do padre Fontes, ditas ao Correio da Manhã no início do último Congresso MP de Vilar de Perdizes, é o negar que o Diabo existe, ao dizer que «o Diabo é uma fantasia, uma figura mítica criada pelo medo e para explicar o mal que não sabemos explicar».
      Importa aqui ressalvar que, as verdades que são objecto de fé ca­tó­lica não se limitam às dog­maticamente definidas, pois muitas outras são transmitidas pela Tradição e ensinadas pelo magistério ordinário universal da Igreja (cf. CDC Cân. 892). Por isso a existência do Diabo nunca foi matéria que carecesse de discussão e subsequente aprovação em concílio ecuménico algum, porque a própria Bíblia, o próprio Jesus muitas vezes, nos falam desse maléfico ser, razão pela qual, negá-lo, continua a ser uma heresia.
      Quem diz que o Diabo não existe, diz o mesmo sobre o inferno. E por causa das controversas ideias sobre esse lugar de perdição eterna, foi a questão da sua existência objecto de discussão e subsequente declaração como verdade de fé católica, quer dizer, universal, a todos nos colocando sobre o dever de aceitação (cf. CDC Cân. 750, 754).
      Todo o baptizado que não aceita uma Verdade divinamente revelada, definida ou não dogmaticamente, ou até que dela pertinazmente duvide, comete o grave pecado de heresia, que a linguagem jurídica designa de delito e para o qual está prevista a pena de excomunhão latae sententiae. Isto quer dizer que a pessoa se auto-excomunga, ao colocar-se em não comunhão com a Igreja. Trata-se por isso de um delito que clama pelo pronunciamento da autoridade eclesiástica, a partir do momento que a pessoa tenha conhecimento do delito e nele persista, gerando com isso o escândalo nos fiéis.
      Usando as próprias palavras escritas pelo padre Fontes na sua página da internet quando parece referir-se a aparições, assisto com tristeza ao incólume desenvolvimento das suas actividades “culturais” que «geram um movimento inconsciente de massas e que pode arrastar a tolerância ou incapacidade de intervenção das autoridades religiosas e outras.» Por isso, rezo para que o Bispo se revista das forças necessárias à aplicação das medidas que se impõem, e para que a CEP, no âmbito das suas competências e deveres, não fique de braços cruzados.
      Todos vós, ministros sagrados, lembrai-vos das palavras de S. João Bosco: «Um Padre, ao Paraíso ou ao inferno nunca vai sozinho: vão sempre com ele almas em grande número, ou salvas pelo seu santo ministério e com o seu bom exemplo, ou perdidas pela sua negligência no cumprimento dos próprios deveres e pelos seus maus exemplos.
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Nota: Ver filme em http://www.youtube.com/watch?v=FYtw-mUuFbg

domingo, 25 de setembro de 2011

Jovem religiosa defende o uso público do hábito desafiando a Cristofobia

Retirado de: http://revculturalfamilia.blogspot.com/  

A Irmã Ana Verónica, oblata de São Francisco de Sales em Paris, foi convocada juntamente com vários outros professores de Filosofia ao Liceu Carnot, da capital francesa.

O objectivo da reunião era combinar a correcção de muitas provas da matéria que tinham ficado sem corrigir no fim do ano escolar.

Ela se apresentou como de costume: com o hábito completo do instituto religioso a que pertence.

Sua presença foi pretexto para um rebuliço. Professores laicistas e socialistas exigiram das autoridades do Liceu a expulsão da religiosa. Pretextavam que ela ofendia a laicidade e, de forma caricata e ofensiva, compararam seu hábito com o véu islâmico.

As autoridades nada fizeram, pois sabiam que o procedimento da religiosa era irrepreensível do ponto de vista legal.

Os professores laicistas exigiram que ela tirasse o hábito. “V. poderia ser mais discreta!”, desabafou uma professora laicista.

- “Eu não posso fazer melhor nem pior. Eu devo levá-lo”, respondeu a jovem religiosa.

Os jornais fizeram estardalhaço com o facto e o secretariado geral do ensino católico exigiu que a irmã Ana Verónica desse prova de “juízo” e comparecesse usando roupas civis.

Com tom sereno e respeitoso, mas firme, a freira respondeu a seus detractores em carta publicada pelo jornal parisiense “La Croix”, de 13-07-2011:

“Nós repetimos claramente que jamais tiraremos nosso hábito. ...

“Um hábito religioso é o sinal da resposta a um chamamento para se consagrar a Deus, que nem todos os baptizados recebem.

“Desde 8 de Setembro de 2004, data de minha entrada na vida religiosa, minha vida mudou muito e o hábito não é mais que a expressão visível disso.

“Comparecer agora de outra maneira, sem o hábito religioso, é uma coisa impossível para mim, pois eu não uso mais outros vestidos que não sejam os de minha consagração religiosa.

“Eu não sou religiosa por horas.

“Fazemos a profissão para viver seguindo Cristo até a morte.

“Esta consagração religiosa inclui todas as dimensões de nosso ser: corpo, coração, alma e espírito.

“O jovem homem rico do Evangelho recuou diante do apelo de Jesus para segui-Lo, quando Ele pousou seu olhar sobre ele.

“Isso significa que a decisão de se consagrar a Deus não é fácil de tomar. Ela pressupõe certas renúncias...

“O hábito religioso é sinal desse facto. Ele pode, portanto, ser um sinal de contradição. Nós sabemos que nosso hábito não deixa indiferentes as pessoas. Ele é um testemunho da presença de Deus.

“Por meio dele nós relembramos, de modo silencioso mas eloquente, que Deus existe neste mundo que se obstina a não querer pensar nem sequer na possibilidade da transcendência divina.

“Mas, Jesus nos diz no Evangelho que “o servo não é maior do que o seu senhor”. Vós conheceis a continuação? “Se me perseguiram, também vos hão de perseguir” (Jo 15, 20).

“E Jesus acrescentou: “As pessoas vos tratarão assim por causa de Mim, porque eles não conhecem Aquele que me enviou” (Jo 15, 21).

A carta da corajosa irmã Ana Verónica causou viva impressão na França.
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Nota: Pesquisando pelo título O hábito foi a sua armadura, ou indo ao arquivo do mês de Fevereiro de 2007, poderá ler o relato de um episódio por mim presenciado e aproveitado para me pronunciar sobre o uso do trage religioso.

sábado, 10 de setembro de 2011

Criança vai à polícia apresentar queixa

A página 21 do jornal Correio da Manhã de 2-9-2011 fez as minhas delicias daquele dia, ao ver esta notícia da criança que confia no trabalho da polícia, e da polícia que até os casos "mais difíceis" resolve com o maior profissionalismo. De facto, os polícias também nos surpreendem pela positiva. Basta que um caso "complicado" como este lhes surja para porem em prática as técnicas mais avançadas para a sua resolução, cuja aprendizagem recebem no exercício da sua paternidade.

Parabéns à Ritinha, pela sua determinação e confiança! Parabéns aos polícias que demonstram o melhor da sua "técnica" na resolução dos casos mais inusitados!

Obs.: Para ler o texto do jornal, clique na imagem, e depois ainda outra vez.


quinta-feira, 21 de julho de 2011

O jovem universitário e o testemunho de ex-protestantes

         Há cento e poucos anos atrás, em França, um jovem universitário toma o seu lugar no comboio com destino a Paris. No banco em frente, voltado para si, viajava um outro passageiro, um homem de ar austero. Embora muito composto no trajar, pensou o jovem que se trataria de um camponês, não só pelo seu aspecto, mas também porque na mão segurava o Terço, que de conta em conta ia rezando (na foto, o passageiro que rezava o terço).

           O jovem estava ansioso por meter conversa com o companheiro de viagem, vendo nele alguém com provável capacidade para entender as suas académicas ideias. Assim que aquele senhor, de certa idade, terminou de rezar o terço, estabeleceu com ele o tão desejado diálogo.

Começando por dizer-lhe que via nele uma pessoa capaz da abertura necessária ao entendimento da evolução, disse-lhe que era uma perda de tempo o ainda acreditar nessas coisas de religião; que o progresso estava na ciência; e que ele, que era estudante universitário, sabia bem do que falava. Convidou-o a deixar-se de orações, que atirasse o terço janela fora, porque a religião é um atraso que convém à Igreja para não ter oposição de quem pode saber mais. E para lhe provar, se lhe desse o seu endereço, teria muito gosto em lhe mandar alguma literatura que desmistificaria a crença na religião.

           Acedendo ao pedido, o devoto passageiro disse-lhe que não era necessário anotar o seu endereço, que o tinha ali à mão, e deu-lhe um cartão onde já estavam impressos os dados pretendidos.

Infelizmente para o jovem, o comboio não tinha um buraco onde se meter. Ao olhar para o cartão, viu que tinha diante de si o director e fundador do Instituto Pasteur, o investigador e grande cientitsta Louis Pasteur (a quem a sociedade do século XXI ainda tanto deve).

Num instante, sem necessidade de outros estudos, participação em conferências ou congressos, o jovem académico viu cair por terra a convicção de que religião era coisa dos menos cultos.

Outras pessoas, porém, com idêntica posição em relação à igreja católica, têm passado por uma ou outra situação que os tem feito render à Verdade. É o caso de vários Pastores protestantes que, pelo maior aprofundamento teológico e exegético, ou por um qualquer extraordinário acontecimento, se prostram de coração sincero diante daquelas Verdades da Santa Igreja Católica que tanto eles combatiam.

Porque aos media apenas parece interessar o combate à Igreja Católica, destacando o mais possível tudo o que a possa atingir negativamente, sugiro que veja no Youtube (nos links abaixo) testemunhos de ex-protestantes, cuja sinceridade de coração na busca pela verdade os levou a verem a Verdadeira Religião.

         http://www.youtube.com/watch?v=chTHdaVKIJw&NR=1 - Irmã Themis, ex-protestante;
http://www.youtube.com/watch?v=-aW2ck2hkpw&feature=related - La Conmovedora Historia del Ex Pastor Sidineh Veiga (importante ver Partes 2, 3, e 4);
http://www.youtube.com/watch?v=D1PK9ugDNQw&feature=related - Ex-Pastor Francisco Araújo – Eucaristia – Parte 1 (ver também a Parte 2);
http://www.youtube.com/watch?v=4pYhKhIvjLA&feature=related - Para mi el rosario era la mayor herejía;
http://www.youtube.com/watch?v=e_JZ5csUsZw&NR=1 - Nossa Senhora do “Marrom Glacê.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

A história da "Casa do Caminho"

Eis uma linda história - verídica - (narrada em português do Brasil, onde ela acontece), que não carece de qualquer comentário. Ela fala por si.

«Ricardinho não agüentou o cheiro bom do pão e falou:

- Pai, tô com fome!!!

O pai, Agenor, sem ter um tostão no bolso, caminhando desde muito cedo em busca de um trabalho, olha com os olhos marejados para o filho e pede mais um pouco de paciência....

- Mas pai, desde ontem não comemos nada, eu tô com muita fome, pai!!!

Envergonhado, triste e humilhado em seu coração de pai, Agenor pede para o filho aguardar na calçada enquanto entra na padaria a sua frente...

Ao entrar dirige-se a um homem no balcão:

- Meu senhor, estou com meu filho de apenas 6 anos na porta, com muita fome, não tenho nenhum tostão, pois sai cedo para buscar um emprego e nada encontrei, eu lhe peço que em nome de Jesus me forneça um pão para que eu possa matar a fome desse menino, em troca posso varrer o chão de seu estabelecimento, lavar os pratos e copos, ou outro serviço que o senhor precisar!!!

Amaro, o dono da padaria estranha aquele homem de semblante calmo e sofrido, pedir comida em troca de trabalho e pede para que ele chame o filho...

Agenor pega o filho pela mão e apresenta-o a Amaro, que imediatamente pede que os dois sentem-se junto ao balcão, onde manda servir dois pratos de comida do famoso PF (Prato Feito) - arroz, feijão, bife e ovo...

Para Ricardinho era um sonho, comer após tantas horas na rua...

Para Agenor, uma dor a mais, já que comer aquela comida maravilhosa fazia-o lembrar-se da esposa e mais dois filhos que ficaram em casa apenas com um punhado de fubá....

Grossas lágrimas desciam dos seus olhos já na primeira garfada...

A satisfação de ver seu filho devorando aquele prato simples como se fosse um manjar dos deuses, e lembrança de sua pequena família em casa, foi demais para seu coração tão cansado de mais de 2 anos de desemprego, humilhações e necessidades...

Amaro se aproxima de Agenor e percebendo a sua emoção, brinca para relaxar:

- Ô Maria!!! Sua comida deve estar muito ruim... Olha o meu amigo está até chorando de tristeza desse bife, será que é sola de sapato?!?!

Imediatamente, Agenor sorri e diz que nunca comeu comida tão apetitosa, e que agradecia a Deus por ter esse prazer...

Amaro pede então que ele sossegue seu coração, que almoçasse em paz e depois conversariam sobre trabalho...

Mais confiante, Agenor enxuga as lágrimas e começa a almoçar, já que sua fome já estava nas costas...

Após o almoço, Amaro convida Agenor para uma conversa nos fundos da padaria, onde havia um pequeno escritório...

Agenor conta então que há mais de 2 anos havia perdido o emprego e desde então, sem uma especialidade profissional, sem estudos, ele estava vivendo de pequenos 'biscates aqui e acolá', mas que há 2 meses não recebia nada...

Amaro resolve então contratar Agenor para serviços gerais na padaria, e penalizado, faz para o homem uma cesta básica com alimentos para pelo menos 15 dias...

Agenor com lágrimas nos olhos agradece a confiança daquele homem e marca para o dia seguinte seu início no trabalho...

Ao chegar em casa com toda aquela 'fartura', Agenor é um novo homem sentia esperanças, sentia que sua vida iria tomar novo impulso...

Deus estava lhe abrindo mais do que uma porta, era toda uma esperança de dias melhores...

No dia seguinte, às 5 da manhã, Agenor estava na porta da padaria ansioso para iniciar seu novo trabalho...

Amaro chega logo em seguida e sorri para aquele homem que nem ele sabia porque estava ajudando...

Tinham a mesma idade, 32 anos, e histórias diferentes, mas algo dentro dele
chamava-o para ajudar aquela pessoa...

E, ele não se enganou - durante um ano, Agenor foi o mais dedicado trabalhador daquele estabelecimento, sempre honesto e extremamente zeloso com seus deveres...

Um dia, Amaro chama Agenor para uma conversa e fala da escola que abriu vagas para a alfabetização de adultos um quarteirão acima da padaria, e que ele fazia questão que Agenor fosse estudar....

Agenor nunca esqueceu seu primeiro dia de aula: a mão trêmula nas primeiras letras e a emoção da primeira carta...

Vários anos se passam desde aquele primeiro dia de aula...

Vamos encontrar o Dr. Agenor Baptista de Medeiros, advogado, abrindo seu escritório para seu cliente, e depois outro, e depois mais outro...

Ao meio dia ele desce para um café na padaria do amigo Amaro, que fica impressionado em ver o 'antigo funcionário' tão elegante em seu primeiro terno...

Mais dez anos se passam, e agora o Dr. Agenor Baptista, já com uma clientela que mistura os mais necessitados que não podem pagar, e os mais abastados que o pagam muito bem, resolve criar uma Instituição que oferece aos desvalidos da sorte, que andam pelas ruas, pessoas desempregadas e carentes de todos os tipos, um prato de comida diariamente na hora do almoço...

Mais de 200 refeições são servidas diariamente naquele lugar que é administrado pelo seu filho, o agora nutricionista Ricardo Baptista...

Tudo mudou, tudo passou, mas a amizade daqueles dois homens, Amaro e Agenor impressionava a todos que conheciam um pouco da história de cada um...

Contam que aos 82 anos os dois faleceram no mesmo dia, quase que a mesma hora, morrendo placidamente com um sorriso de dever cumprido...

Ricardinho, o filho, mandou gravar na frente da 'Casa do Caminho', que seu pai fundou com tanto carinho:

'Um dia eu tive fome, e você me alimentou. Um dia eu estava sem esperanças e você me deu um caminho. Um dia acordei sozinho, e você me deu Deus, e isso não tem preço.. Que Deus habite em seu coração e alimente sua alma.. E, que te sobre o pão da misericórdia para estender a quem precisar!!!'»

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Homens, segundo Fernanda Montenegro (actriz brasileira)

... Minha Amiga, se Você acha que Homem dá muito trabalho, case-se com uma Mulher e aí Você vai ver o que é Mau Humor!...
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O modo de vida, os novos costumes e o desrespeito à natureza tem afetado a sobrevivência de vários seres e entre os mais ameaçados está o macho da espécie humana. Tive em casa, apenas 1 exemplar, que mantive com muito zelo e dedicação, num casamento que durou 56 anos de muito amor e companheirismo, (1952-2008) mas, na verdade, acredito que era ele quem também me mantinha firme no relacionamento.
Portanto, por uma questão de auto-sobrevivência, lanço a campanha 'Salvem os Homens!'
Tomem aqui os meus poucos conhecimentos em fisiologia da masculinidade, a fim de que preservemos os raros e preciosos exemplares que ainda restam:

1. Habitat

Homem não pode ser mantido em cativeiro.
Se for engaiolado, fugirá ou morrerá por dentro.
Não há corrente que os prenda e os que se submetem à jaula perdem o seu DNA.
Você jamais terá a posse ou a propriedade de um homem, o que vai prendê-lo a você é uma linha frágil que precisa ser reforçada diariamente, com dedicação, atenção, carinho e amor.

2. Alimentação correta

Ninguém vive de vento. Homem vive de carinho, comida e bebida. Dê-lhe em abundância. É coisa de homem, sim, e se ele não receber de você vai pegar de outra.
Beijos matinais e um 'eu te amo’ no café da manhã os mantêm viçosos, felizes e realizados durante todo o dia. Um abraço diário é como a água para as samambaias.
Não o deixe desidratar. Pelo menos uma vez por mês é necessário, senão obrigatório, servir um prato especial. Portanto não se faça de dondoca preguiçosa e fresca…
Homem não gosta disso. Ele precisa de companheira autêntica, forte e resolutiva.

3. Carinho

Também faz parte de seu cardápio – homem mal tratado fica vulnerável e rapidamente interessar-se na rua por quem o trata melhor.
Se você quer ter a dedicação de um companheiro completo, trate-o muito bem, caso contrário, outra o fará e você só saberá quando não houver mais volta.

4. Respeite a natureza

Você não suporta trabalho em casa? Cerveja? Futebol? Pescaria? Amigos? Liberdade? Carros?
Case-se com uma Mulher.
Homens são folgados. Desarrumam tudo. São durões. Não gostam de telefones. Odeiam discutir a relação. Odeiam shoppings.
Enfim, se quiser viver com um homem, prepare-se para isso.

5. Não anule sua origem

O homem sempre foi o macho provedor da família, portanto é típico valorizar negócios, trabalho, dinheiro, finanças, investimentos, empreendimentos. Entenda tudo isso e apoie.

6. Cérebro masculino não é um mito

Por insegurança, a maioria dos homens preferem não acreditar na existência do cérebro feminino, mas também não gostam de mulheres burras.
Por isso, procuram aquelas que fingem não possuí-lo (e algumas realmente não possuem! Também, 7 bilhões de neurônios a menos!).
Então, aguente mais essa: mulher sem cérebro não é mulher, mas um mero objeto de decoração.
Alguns vão-lhe mostrar que têm mais massa cinzenta do que você.
Não fuja desses, aprenda com eles e cresça. E não se preocupe, ao contrário do que ocorre com as mulheres, a inteligência não funciona como repelente para os homens.
Não faça sombra sobre ele...
Se você quiser ser uma grande mulher tenha um grande homem ao seu lado, nunca atrás.
Assim, quando ele brilhar, você vai pegar um bronzeado. Porém, se ele estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda.
Aceite: homens também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar.
A mulher sábia alimenta os potenciais do parceiro e os utiliza para motivar os próprios.
Ela sabe que, preservando e cultivando o seu homem, ela estará salvando a si mesma.
E Minha Amiga, se Você acha que Homem dá muito trabalho, case-se com uma Mulher e aí Você vai ver o que é Mau Humor!
Só tem homem bom quem sabe fazê-lo ser bom!
Eu fiz a minha parte, por isso meu casamento foi muito bom e consegui fazer o Fernando muito feliz até o último momento de um enfisema que o levou de mim.
Eu fui uma grande mulher ao lado dele, sempre.

Com carinho,
Fernanda Montenegro

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Texto recebido por e-mail, sem indicação da fonte.
Foto tirada do Google imagens

segunda-feira, 4 de julho de 2011

"Pai, começa o começo!"

Texto enviado pela amiga Ligia Gimenes
(Rolândia - Paraná)
de autor desconhecido

«Quando eu era criança e pegava uma tangerina para descascar, corria para meu pai e pedia: - “pai, começa o começo!”. O que eu queria era que ele fizesse o primeiro rasgo na casca, o mais difícil e resistente para as minhas pequenas mãos. Depois, sorridente, ele sempre acabava descascando toda a fruta para mim. Mas, outras vezes, eu mesmo tirava o restante da casca a partir daquele primeiro rasgo providencial que ele havia feito.

Meu pai faleceu há algum tempo (e há anos, muitos, aliás) não sou mais criança. Mesmo assim, sinto grande desejo de tê-lo ainda ao meu lado para, pelo menos, “começar o começo” de tantas cascas duras que encontro pelo caminho. Hoje, minhas “tangerinas” são outras. Preciso “descascar” as dificuldades do trabalho, os obstáculos dos relacionamentos, os problemas no núcleo familiar, o esforço diário que é a construção do casamento, os retoques e pinceladas de sabedoria na imensa arte de viabilizar filhos realizados e felizes.

Em certas ocasiões, minhas tangerinas transformam-se em enormes abacaxis...
Lembro-me, então, que a segurança de ser atendido pelo papai quando lhe pedia para “começar o começo” era o que me dava a certeza que conseguiria chegar até ao último pedacinho da casca e saborear a fruta. O carinho e a atenção que eu recebia do meu pai me levaram a pedir ajuda a Deus, meu Pai do Céu, que nunca morre e sempre está ao meu lado. Meu pai terreno me ensinou que Deus, o Pai do Céu, é eterno e que Seu amor é a garantia das nossas vitórias.

Quando a vida parecer muito grossa e difícil, como a casca de uma tangerina para as mãos frágeis de uma criança, lembre-se de pedir a Deus:

“Pai, começa o começo!”.

Não sei que tipo de dificuldade eu e você estamos enfrentando ou encontraremos pela frente neste ano. Sei apenas que vou me garantir no Amor Eterno de Deus para pedir, sempre que for preciso: “Pai, começa o começo!”.»

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Porque de ideias positivas se trata...

Quando as coisas não correm tão bem ou que a má sorte nos bate à porta, tende a vir ao de cima aquilo que parece caracterizar-nos enquanto portugueses: o resignarmo-nos à "nossa sina".

Felizmente que esta não é a atidude de todos os portugueses, e para invertermos essa tendência, convém que acolhamos e alimentemos ideias positivas e, revestidos de redobrado ânimo, arregacemos as mangas para restaurarmos o que em nós está a ficar mais degradado.

Que o visionamento do filme aqui indicado sirva de empurrão para sairmos da melancolia e da indecisão que tanto nos prejudicam.

http://www.youtube.com/watch?v=-kuBsFAkGnE

domingo, 26 de junho de 2011

Confissão de um ex-abortista

Por Bernard Nathanson, em 22 de Março de 2006

Sou pessoalmente responsável por 75.000 abortos. Isso legitima minhas credenciais em me dirigir a vocês com alguma autoridade sobre o assunto. Fui um dos fundadores da National Association for the Repeal of the Abortion Laws (NARAL) nos EUA em 1968. Uma pesquisa de opinião confiável mostraria que, à época, a maioria dos americanos seria contra o aborto. Em cinco anos nós convencemos a Suprema Corte dos EUA a oficializar a decisão que legalizou o aborto por toda a América em 1973 e permitiu o abortamento sob demanda até ao nascimento. Como fizemos isso? É importante entender as tácticas envolvidas porque estas mesmas tácticas estão sendo utilizadas por todo o ocidente com uma ou outra mudança, de modo a alterar as leis sobre o aborto.

A primeira táctica foi capturar os media

Persuadimos os media de que a causa da tolerância ao aborto era uma causa esclarecida e sofisticada. Sabendo que se uma pesquisa de opinião confiável fosse feita seríamos sonoramente derrotados, simplesmente fabricamos os resultados de pesquisas fictícias. Anunciamos aos media que fizemos pesquisas e que 60% dos americanos eram favoráveis ao aborto. Essa é a táctica da mentira auto-realizada. Criámos simpatia suficiente para vender nosso programa de aborto fabricando o número de abortos ilegais feitos anualmente nos E.U.A. Os números reais atingiam 100.000 mas repassávamos aos media 1.000.000. Repetir a mentira incessantemente convence o público. O número de mortes de mulheres devido a abortos ilegais era em torno de 200-250 anualmente. Passávamos aos media o número de 10.000. Essas falsas estimativas criaram raízes na consciência dos americanos convencendo muitos de que precisávamos derrubar a lei contrária ao aborto. Outro mito que alimentámos na opinião pública via media foi que a legalização do aborto significaria somente que os abortos outrora feitos ilegalmente, a partir de então seriam feitos legalmente. Na verdade, é óbvio, o aborto está sendo utilizado como o principal método de controlo de natalidade nos EUA e o número anual de abortos aumentou em 1500% desde a legalização.

A segunda táctica foi “dar a cartada Católica”

Aviltámos sistematicamente a Igreja Católica e suas “ideias socialmente retrógradas” e apontámos a hierarquia da Igreja como os vilões que se opunham ao aborto. Esse tema foi tocado incessantemente. Alimentámos os media com mentiras do tipo “todos nós sabemos que a oposição ao aborto vem da hierarquia e não da maioria dos católicos” e “pesquisas de opinião provam que a maioria dos católicos querem reforma na lei contra o aborto”. E os media bombardearam isso sobre o povo americano, persuadindo-o de que todo aquele que se opusesse ao aborto devia estar sob influência da hierarquia da Igreja e que os católicos a favor do aborto eram esclarecidos e progressistas. Uma inferência a essa táctica foi que não havia grupos não católicos se opondo ao aborto. O facto de que outras religiões cristãs bem como não cristãs foram (e ainda são) monoliticamente opostas ao aborto foi constantemente suprimido, junto de opiniões de ateístas pro-vida.

A terceira táctica foi o descrédito e a supressão de toda a evidência científica de que a vida começa na concepção

Perguntam-me com frequência o que me fez mudar de opinião. Como mudei de abortista proeminente a advogado pró-vida? Em 1973, tornei-me director de obstetrícia de um grande hospital na cidade de Nova Iorque e tinha que organizar uma unidade de pesquisa pré-natal, no início do surgimento de uma grande tecnologia que hoje utilizamos diariamente para estudar o feto no útero. Uma táctica pró-aborto favorita é a insistência em que a definição do instante em que começa a vida é impossível; que a questão é teológica, moral ou filosófica, tudo menos científica. A fetologia traz uma evidência inegável de que a vida começa na concepção e requer toda a protecção e salvaguarda de que qualquer um de nós desfruta. Por que, você poderia perguntar, alguns médicos americanos cientes das descobertas da fetologia, desacreditam de si mesmos efectuando abortos? Aritmética simples, a 300 dólares por aborto, 1.55 milhões de abortos significa uma indústria gerando 500.000.000 de dólares anualmente, dos quais a maioria vai para o bolso do médico que fez o aborto. É claro que o aborto é propositadamente a destruição do que é inegavelmente vida humana. Isso é um acto de violência mortal. Devemos considerar que a gravidez não planeada é um dilema penosamente difícil, mas enxergar sua solução em um acto de destruição deliberada é abusar da ilimitada ingenuidade humana e entregar a saúde pública à clássica resposta utilitária a problemas sociais.

Como cientista eu sei, não por crença, que a vida humana começa na concepção. Embora eu não seja um religioso, creio de todo o meu coração que há uma divindade que nos leva a declarar o término final e irreversível a esse crime contra a humanidade, infinitamente triste e vergonhoso.

[N.T] Dr. Bernard Nathanson é autor de Aborting America e produtor do filme chocante e revelador The Silent Scream. No final dos anos 1970 abandonou a prática e a militância pró-aborto tendo se tornado activista pró-vida.

Fonte: http://www.aboutabortions.com/Confess.html
Traduzido exclusivamente para http://www.mediasemmascara.org/ por Gerson Faria

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Dr. Nathanson explicando um dos métodos utilizados: http://www.youtube.com/watch?v=gcER073nhZ8

Palavras de uma sobrevivente de um aborto: http://www.youtube.com/watch?v=gcER073nhZ8

quinta-feira, 2 de junho de 2011

O pecado dos padres e seu desastroso reflexo

É uma pena que as coisas andem como andam, nesta Igreja que de Una parece já ter tão pouco, ao haver padres que se estão “nas tintas” para o seu bispo, e bispos que se estão “nas tintas” para o Santo Padre e para o Sagrado Magistério.

Nesta pátria que outrora elegeu como sua Rainha a Imaculada Conceição, a Ela entregando a Coroa Real e a Ela se consagrando, reina agora o espírito que actua nos ambiciosos e os leva a dominarem o povo. Seja pelo poder do próprio anti-Cristo, seja pelo deus subalterno imposto aos homens, que o seguem como loucos, o hedonismo, até os católicos se têm deixado conduzir para a fatal armadilha que é uma sociedade sem Deus, ainda que disso mal se apercebam.

E quem conduz o povo nessa direcção? São os governos e as assembleias legislativas, que promovem, ainda que de forma pouco explícita, o afastamento da religião. Em Portugal, aliás, como em todo o mundo, são bem conhecidos os partidos políticos cuja ideologia é contrária à Igreja. Para encontrarmos esses inimigos da Fé, creio que bastará um simplecíssimo exercício de memória, ou será que os católicos passaram a padecer de alzheimer?

Se desse mal não padecem, estão cada vez mais frouxos na defesa dos valores cristãos, valores que deveriam pesar no momento em que exercem o seu direito de voto, mas para os reconduzir ao bom caminho, onde estão os seus guias? Não estão! E ao deixarem o rebanho à sua sorte, há festa entre os lobos…

Vós que respondestes ao chamamento para o sacerdócio, que tendes feito das vossas homilias? Muito pouco, para a salvação das almas. E então quando toca a alertar para os perigos decorrentes dos nossos actos, tratando-se de escolher um partido, adoptais a postura do “politicamente correcto”, como se não pecasse aquele que vota num partido que combate os valores cristãos. Nessas alturas, nem podeis dizer-vos sacerdotes de Cristo, uma vez que procedeis de forma tão contrária à de Abraão, que, chamado a sacrificar o seu próprio filho, não negou a Deus tal sacrifício, enquanto que vós, tudo fazeis para nem a vossa imagem sacrificardes.

No rol de queixas que mais se ouvem, desde o estado social à ausência dos bons costumes, passando pela moral, vem quase sempre à cabeça a responsabilidade da classe política pelas iníquas leis que espartilham a ética e a moral, enquanto vós passais incólumes a toda a crítica. Pois eu digovos que sois precisamente vós mesmos os mais culpados. A vossa maior culpa reside na falta de coragem para dizerdes aos fiéis que é pecado grave contribuir, pelo voto, para a eleição de qualquer partido contrário à doutrina e à moral da Igreja. Se outro fosse o vosso comprometimento, num país católico como Portugal, não tínhamos chegado ao desnorte moral a que chegámos. Sois padres, mas pouco Cristãos, porque alguém revestido do verdadeiro carácter cristão, viveria aquilo que prega, e vós pregais a Palavra mas não vos comprometeis com Ela, não a viveis.

Aos fiéis sois capazes de dizer: «se tiverdes de padecer por causa da justiça, felizes de vós!» (1Pe 3, 14), mas principalmente a segunda parte do mesmo versículo, que diz: «Não temais as suas ameaças, nem vos deixeis perturbar», já não faz eco em vós próprios, nem nesta Palavra confiais quando está em causa o alertar para o pecado social, desde que isso possa incomodar alguns políticos. Não fosseis vós, padres, tão medrosos, e a ignomínia não se instalaria nos países católicos.

Que estas palavras ressoem no coração de toda a pessoa recta e no de todos os católicos, principalmente no de quantos se abeiram da Sagrada Eucaristia e têm procedido como se a Missa não tivesse que ser vivida em todos os nossos actos.

Que a Rainha do Céu e da Terra ampare e fortaleça os sacerdotes do Seu Divino Filho!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Mais potente do que a medicação


Quarta-feira, 13 de Abril de 2011. Aproximando-se a hora da catequese de adultos, a Cristina, no momento em que estava a ser internada no hospital, informa o catequista da sua impossibilidade em estar presente, pedindo ao mesmo tempo a sua oração.
Ao iniciar a catequese, que sempre começa com oração, aproveitou mais uma vez o catequista para falar da importância da oração comunitária ou em grupo, pedindo que apresentassem aquela necessidade a Nossa Senhora, confiando que Ela saberia completar o que à oração deles pudesse faltar, e assim a levar com Seu perfume a Seu Filho Jesus.
No dia seguinte, o catequista telefonou à Cristina, ficando a saber que se encontrava no Hospital dos Lusíadas. Sexta-feira à tarde lá a procurou e fez-lhe uma visita. No decorrer da conversa, o catequista, dirigindo-se a uma senhora que com ela compartilhava o quarto, perguntou-lhe se não estaria a incomodá-la com a conversa, por perceber nela algum mal-estar. Respondeu-lhe a senhora que não, que até estava a gostar muito de ouvir. Foi então quando a Cristina explicou que ela estava muito nervosa…
Voltando-se o catequista da Cristina para a senhora, com ela estabeleceu um curto diálogo enquanto ela esperava que a fossem buscar para o bloco operatório. O seu interlocutor ficou a saber do historial de operações por que já tinha passado, por mais do que um cancro, percebendo claramente que o que mais a preocupava nem era tanto a saúde do corpo, mas da alma. Depois de lhe perguntar o nome, disse-lhe o visitante: - D. Isabel, saindo daqui, vou direitinho àquela pequena casinha onde Jesus está escondido para Lhe falar de si.
Entretanto entram no quarto dois profissionais de saúde para a levarem para o bloco; mas como tinham antes que preparar a senhora, disseram à visita para sair. Antes, porém, dirigiu-se ele à D. Isabel para dela se despedir, e, pensando que a estava a abraçar, sentiu que ele é que estava a ser abraçado. Entre o primeiro e o segundo beijo que deu à pobre senhora, aproveitou para lhe dizer: - Sossegue, D. Isabel, esteja sossegada... porque a inquietação era evidente.
Alguns momentos depois saíram do quarto com ela, na maca, mas a D. Isabel não chegaria ao bloco operatório sem antes voltar a cruzar o olhar com aquele desconhecido que no corredor a esperava. Não houve mais palavras dirigidas àquela sofrida filha de Deus, apenas um olhar envolto num ligeiro sorriso. Um olhar capaz de transmitir o sentimento de maior ternura, e por isso, logo seguido de um limpar de lágrimas que quiseram assomar-se à sua “janela”...
Regressando do hospital, o visitante acabou por não cumprir exactamente como prometera, o ir junto do sacrário apresentar as necessidades daquelas doentes, porque a hora já ia adiantada, e só na Santa Missa pode falar a Jesus da D. Isabel e da Cristina.
Dias depois (dia 21, Quinta-feira Santa), quando o catequista perguntou à Cristina pela D. Isabel, disse ela que as palavras e o abraço que a doente recebera surtiram nela um efeito mais potente do que qualquer medicação, na medida em que, no bloco operatório, nem o facto de ouvir falar nas brocas necessária à operação a deixaram mais ansiosa, porque se sentia inundada de uma grande paz e serenidade…
Caríssimo leitor, como vê, nós podemos ser portadores dos efeitos que nem a medicação consegue… Cada baptizado, se não for mero praticante de religião e fizer dela o caminho para encontrar Deus, há-de sentir Deus em si, e nessa altura será o bálsamo para as feridas dos que com ele se cruzam nas esquinas da vida. Por este episódio se vê que até nem custa nada… Sabemos bem que a nós nos pode parecer coisa insignificante, mas como quem melhor pode avaliar é quem recebe, mesmo que nos pareçam migalhas não as desperdicemos, dado que há famintos para quem umas migalhas fazem toda a diferença entre o nada e alguma coisa.

terça-feira, 5 de abril de 2011

A criança e o tio, e a procissão da Sagrada Família

Era Quinta-feira, 17 de Julho, do ano 1997, um dia como tantos outros, mas diferente para o Victor Manuel, que, num grave acidente de trabalho, originado por uma queda de nove metros de altura, passou à ténue fronteira que se situa entre a vida e a morte.

Do trágico acidente, resultaram-lhe fracturas graves na bacia, clavícula esquerda e toda a parte dorsal do mesmo lado, com fracturas em quase todas as costelas.

Na mesa de operações, depois de diagnosticados traumatismos em vários órgãos, como o sistema hepático, foi-lhe retirado o baço. Mas porque o seu estado era demasiado crítico, os médicos nada mais puderam fazer para além de procurarem retardar-lhe a morte, ligando-o às máquinas que permitem manter o estado de coma por tempo indeterminado.

À mãe, procuraram poupá-la do prognóstico, mas para uma irmã que o acompanhava mais de perto, foram peremptórios, dizendo-lhe que se preparasse para aquilo que só um milagre poderia evitar, e que fosse preparando a família.

A Inês, sobrinha do malogrado Victor, que tinha acabado de completar sete anos, tendo visto o tio naquele estado, foi sujeita a uma experiência que a levaria a estar na base dos acontecimentos que se seguiram.

Num povoado da Ericeira, onde a criança de expressivos olhos azuis passou a morar, houve no final de Agosto, daquele ano de 97, a procissão da Sagrada Família, na qual quis participar de princípio ao fim, o que constituiu algum sacrifício para a bisavó paterna, que teve que a acompanhar em todo o relativamente longo percurso.

Terminado o religioso cortejo e já no interior da igreja, saiu do lugar onde estava e, dirigindo-se lá à frente – não sei se aos pés do andor ou do altar de Nossa Senhora –, recolheu-se em oração.

Apreciando tão piedosa atitude, a bisavó, ao vê-la regressar ainda de mãos postas em gesto de oração, fez-lhe uma pergunta, cuja resposta foi tão simples quanto seria de esperar de uma criança: «Estive a pedir ao Jesus que tirasse o meu tio daquelas máquinas, porque eu não quero que ele esteja assim».

Entretanto, no hospital, o estado do Victor tinha-se agravado, facto que levou os médicos a decidirem fazerem-lhe uma traqueotomia, ou seja, abrirem-lhe um buraco na traqueia, impedindo assim que a morte lhe adviesse por asfixia.

Quando aquele dia de Domingo chegava ao fim (o dia da procissão), deixava de haver necessidade daquela derradeira intervenção, que era apenas uma última tentativa para retardar um pouco mais o que há muito era esperado, deixando ao mesmo tempo de fazer sentido que as máquinas continuassem ligadas, e acabaram por desligá-las.

Como nada fora comunicado a sua mãe, à hora da visita no dia seguinte, ao dirigir-se ela à cama do filho, recebeu o choque de ver a cama vazia…

Dirigiu-se ao telefone e ligou à filha a dar-lhe a notícia. Foi então que esta lhe deu conta do que no dia anterior se tinha passado com a pequena Inês e, ligando as coisas, apenas se limitou a constatar a irrefutável verdade, uma vez que, antes da procissão, seu irmão tinha piorado, quando se encontrava em coma, e depois dela, não só retrocedeu na caminhada para a morte que estaria eminente, como, pelo seu próprio pé – ainda que ajudado – saiu da cama, deixando todos aqueles tubos e passou a um sofá onde a mãe o foi encontrar bem refastelado.

Pouco mais de quinze dias depois, também eu fiquei muito surpreendido ao vê-lo na rua a sair do autocarro, quando regressava de uma consulta no hospital.

A Inês, que tinha manifestado aos pais vontade nesse sentido, entrou naquele ano para a catequese. E o mesmo fez seu tio Victor Manuel, com cinquenta anos, que passou também a preparar-se para o Baptismo, que viria a receber juntamente com outros adultos.

Nesta história, há um pormenor que julgo não poder deixar de referir, que é o facto de, nos sete ou oito anos anteriores ao grave acidente, ele se deslocar à Ericeira para participar naquela procissão, o que fazia com devoção.