quinta-feira, 2 de junho de 2011

O pecado dos padres e seu desastroso reflexo

É uma pena que as coisas andem como andam, nesta Igreja que de Una parece já ter tão pouco, ao haver padres que se estão “nas tintas” para o seu bispo, e bispos que se estão “nas tintas” para o Santo Padre e para o Sagrado Magistério.

Nesta pátria que outrora elegeu como sua Rainha a Imaculada Conceição, a Ela entregando a Coroa Real e a Ela se consagrando, reina agora o espírito que actua nos ambiciosos e os leva a dominarem o povo. Seja pelo poder do próprio anti-Cristo, seja pelo deus subalterno imposto aos homens, que o seguem como loucos, o hedonismo, até os católicos se têm deixado conduzir para a fatal armadilha que é uma sociedade sem Deus, ainda que disso mal se apercebam.

E quem conduz o povo nessa direcção? São os governos e as assembleias legislativas, que promovem, ainda que de forma pouco explícita, o afastamento da religião. Em Portugal, aliás, como em todo o mundo, são bem conhecidos os partidos políticos cuja ideologia é contrária à Igreja. Para encontrarmos esses inimigos da Fé, creio que bastará um simplecíssimo exercício de memória, ou será que os católicos passaram a padecer de alzheimer?

Se desse mal não padecem, estão cada vez mais frouxos na defesa dos valores cristãos, valores que deveriam pesar no momento em que exercem o seu direito de voto, mas para os reconduzir ao bom caminho, onde estão os seus guias? Não estão! E ao deixarem o rebanho à sua sorte, há festa entre os lobos…

Vós que respondestes ao chamamento para o sacerdócio, que tendes feito das vossas homilias? Muito pouco, para a salvação das almas. E então quando toca a alertar para os perigos decorrentes dos nossos actos, tratando-se de escolher um partido, adoptais a postura do “politicamente correcto”, como se não pecasse aquele que vota num partido que combate os valores cristãos. Nessas alturas, nem podeis dizer-vos sacerdotes de Cristo, uma vez que procedeis de forma tão contrária à de Abraão, que, chamado a sacrificar o seu próprio filho, não negou a Deus tal sacrifício, enquanto que vós, tudo fazeis para nem a vossa imagem sacrificardes.

No rol de queixas que mais se ouvem, desde o estado social à ausência dos bons costumes, passando pela moral, vem quase sempre à cabeça a responsabilidade da classe política pelas iníquas leis que espartilham a ética e a moral, enquanto vós passais incólumes a toda a crítica. Pois eu digovos que sois precisamente vós mesmos os mais culpados. A vossa maior culpa reside na falta de coragem para dizerdes aos fiéis que é pecado grave contribuir, pelo voto, para a eleição de qualquer partido contrário à doutrina e à moral da Igreja. Se outro fosse o vosso comprometimento, num país católico como Portugal, não tínhamos chegado ao desnorte moral a que chegámos. Sois padres, mas pouco Cristãos, porque alguém revestido do verdadeiro carácter cristão, viveria aquilo que prega, e vós pregais a Palavra mas não vos comprometeis com Ela, não a viveis.

Aos fiéis sois capazes de dizer: «se tiverdes de padecer por causa da justiça, felizes de vós!» (1Pe 3, 14), mas principalmente a segunda parte do mesmo versículo, que diz: «Não temais as suas ameaças, nem vos deixeis perturbar», já não faz eco em vós próprios, nem nesta Palavra confiais quando está em causa o alertar para o pecado social, desde que isso possa incomodar alguns políticos. Não fosseis vós, padres, tão medrosos, e a ignomínia não se instalaria nos países católicos.

Que estas palavras ressoem no coração de toda a pessoa recta e no de todos os católicos, principalmente no de quantos se abeiram da Sagrada Eucaristia e têm procedido como se a Missa não tivesse que ser vivida em todos os nossos actos.

Que a Rainha do Céu e da Terra ampare e fortaleça os sacerdotes do Seu Divino Filho!

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