sexta-feira, 18 de junho de 2010

O Cordão e o Óleo de Santa Filomena


São João Maria Vianney, o Santo Cura d'Ars, foi quem mais difundiu o uso do Cordão de Santa Filomena. O Papa Leão XIII aprovou o uso do Cordão em 1893 e concedeu indulgências a todos os que o usarem e rezarem a seguinte oração:

Ó Santa Filomena, Virgem e Mártir, rogai por nós para que, por meio de vossa poderosa intercessão, possamos obter a pureza de alma e de coração, que conduz ao perfeito amor de Deus.

Para lucrar as indulgências plenárias com o Cordão é preciso confessar-se, comungar, e visitar alguma igreja ou um doente, rezando pelas intenções do Santo Padre.

Qualquer pessoa pode fazer o Cordão de Santa Filomena, que deve ser feito em crochê com fios de linho, de lã ou de algodão. Em suas extremidades, de um lado, o Cordão tem dois nós, e na outra 3 nós, simbolizando a Santíssima Trindade e as Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo. Os fios devem ter quantidades mais ou menos iguais em cores branco e vermelho. O branco simboliza a virgindade de Santa Filomena, e o vermelho seu martírio.

A faculdade para benzer os cordões de Santa Filomena foi dada aos Padres de São Vicente de Paulo, mas actualmente qualquer padre pode benzê-lo validamente. A oração oficial da bênção do Cordão é:

Sacerdote - "Senhor Jesus, concedei que todos os que usem este cordão mereçam ser preservados de qualquer perigo e recebam a saúde da alma e do corpo."

O cordão deve ser usado na cintura, sob a roupa, e se possível não ser retirado. Se não for possível usá-lo na cintura, pode-se usá-lo no braço ou na perna.

O Óleo de Santa Filomena

Esse óleo milagroso é retirado de qualquer lamparina que esteja iluminando uma imagem ou estampa de Santa Filomena, para passar no local da enfermidade.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Carta aos crismandos

Depois de ter ouvido as últimas palavras do Evangelho na Santa Missa de hoje (Mt 5, 16) e porque o propósito desta página é o de suscitar "Ideias Positivas", senti-me interpelado a partilhar convosco as últimas palavras escritas que dirigi ao grupo de crismandos adultos na véspera do Crisma, recebido no passado Domingo, dia 6.

Meus queridos irmãos:

Neste dia tão singular das vossas vidas, dia de Pentecostes que o Espírito vai fazer em vós, não podia deixar de vos dirigir umas breves palavras, dada a importância de tão grande e imperscrutável acontecimento.

Meus queridos: sabei que sois para mim motivo de uma grande e santa alegria, ao ver que o Espírito de Deus tem encontrado em vós o espaço que tantos e tantos lhe negam. Por isso, peço-vos encarecidamente, queridos irmãos, que, nos últimos momentos que antecedem a recepção do Sacramento, nada vos distraia. Nem o social, nem o material, nem qualquer outra futilidade.

Lembrai-vos que, a todo o crismando, o que acontece não é mais nem é menos que Aquilo a que foram sujeitos os Apóstolos no dia de Pentecostes. Assim saiba cada um dispor as coisas em seu espírito, de forma a tornar-se um digno acolhedor das torrentes de Graça que o Espírito Santo derrama em tão maior abundância quanto maior for a abertura e disponibilidade do receptor.

Vós sabeis − e por isso tanto me alegro − que tudo o que há de maior na terra, em rigor, não é nada, comparado com as coisas do Alto. O que vai acontecer em vós, é algo de imensamente grande, dado que é a mesma coisa e procedente do mesmo e Único Espírito que operou nos Apóstolos.

Com Eles sucedeu aquilo que a Sagrada Escritura nos conta. Suceda pois, também convosco, o que Deus quiser por vosso meio. De todos e de cada um, Ele espera grandes coisas, e se para Deus a medida é diferente da nossa, aos Seus olhos as grades coisas podem já ser o desejo e o esforço diário da nossa conversão. Sabei que recebeis os Dons necessários para que o mundo venha a ser o palco da acção do Espírito Santo que em vós habita, desde que, por vergonha ou outra qualquer razão, não abafeis o Espírito que por vós se quer revelar aos outros. Se fordes dóceis às Suas sugestões, ainda que isso não vos livre de algumas canseiras, vereis o vosso coração inebriado pelo Amor. É essa a primeira e grande recompensa recebida já nesta vida.

Oh, que tristeza; que pobreza a daqueles que se abeiram do sucessor dos Apóstolos para receberem o Crisma, apenas porque completaram a catequese e não ordenaram tudo em si para receberem de forma digna o Espírito Santo.

Sabei vós, meus queridos irmãos, compensar o bom Deus, o Pai que é Amor e que por isso tanto sofre por tantos que, não tendo criado intimidade com Ele, nem se apercebem do quanto Deus os ama, nem do quanto poderia dar-lhes.

Por último, peço-vos que, depois de já vos terdes aprontado − o que deveis fazer com relativa antecedência − e antes de saírdes para a Festa, recolhei-vos no espaço que achardes apropriado para, em oração, pedirdes à Rainha dos Apóstolos que vos ajude a preparar interiormente para receberdes Aquele que n’Ela sempre encontrou o Sim.

Que Aquele que ides receber em plenitude encontre em vós a receptividade necessária às Suas sugestões, e possais assim ser uma vela acesa diante de tantos irmãos que se deixaram envolver pela escuridão do mundo.

Sede corajosos, meus queridos, e tornai-vos verdadeiros Soldados de Cristo! Amem!


(Um catequista enamorado por Deus e pelo coração dos que Lhe são dóceis)

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Dizem que Santa Filomena já não é santa

Em termos históricos, o que se sabe sobre Santa Filomena resume-se apenas àquilo que a ciência nos pôde revelar depois de encontradas as suas relíquias nas escavações das Catacumbas em Roma, em 25 de Maio de 1802, de onde se concluiu tratar-se de uma jovem entre 13 e 15 anos que morreu mártir pela Fé.

Fosse apenas esta descoberta arqueológica e não teríamos mais do que um achado com algum valor histórico-religioso, mas querendo Deus que muitas almas fossem favorecidas no chamamento à santidade, permitiu que a Santa aparecesse a três pessoas.

Uma delas, a religiosa Maria Luísa de Jesus, ou Maria Luísa Trichet (beatificada a 16 de Maio de 1993, por João Paulo II), foi quem relatou mais pormenorizadamente a vida da Santa, depois de o seu director espiritual lhe ordenar que escrevesse o que nas aparições lhe era revelado. Analisados os relatos pelo Santo Ofício, esta Congregação da Cúria Romana pronunciou-se favoravelmente, concedendo às revelações o Imprimatur para publicação.

Segundo esses relatos, podemos hoje saber que em finais do século III (c. 290), um rei da Grécia e sua esposa, que também era de sangue real, sofrendo por não conseguirem ter filhos, dirigiam constantes preces e ofereciam sacrifícios aos seus deuses. O médico do palácio, de nome Públius, era cristão. Não se resignando com a cegueira espiritual de seus soberanos, inspirado pelo Espírito Santo, falou-lhes da Fé em Cristo, garantindo-lhes que suas preces seriam ouvidas se abandonassem os falsos deuses e abraçassem a Fé Cristã. Impressionados com o que ouviram, e tocados pela Graça, receberam o Baptismo. No dia 10 de Janeiro do ano seguinte nasceu-lhes uma linda menina, à qual deram logo o nome de Lumena, por ter nascido à luz da fé. Na pia baptismal deram-lhe o nome de Filomena, isto é, Amiga da Luz, da Luz que receberam do Altíssimo, do Verdadeiro Deus.

Aos cinco anos de idade, a princesinha recebeu pela primeira vez a Sagrada Comunhão e desde então lhe aumentavam os desejos de íntima união com o Divino Redentor, até que, na idade de 11 anos, a Ele se consagrou por voto de virgindade perpétua.

Estava a jovem Princesa prestes a completar 14 anos, quando sob o reino de seu pai recaía a ameaça do Imperador Diocleciano, o que o levou a Roma para tentar negociar a paz. Ao ver tão bela jovenzinha, encantou-se por ela o imperador e propôs desposá-la em troca de uma paz duradoura.

No regresso a casa, vendo seu pai a oportunidade para não ser esmagado por Roma, bem tentou, com plagentes súplicas a seus pés, fazer ver à princesa o bem que isso representava para o reino, mas como o coração de Filomena já vivia desposado por Jesus e ainda que isso lhe causasse o maior constrangimento, o não poder obedecer a seu amado pai, opôs-se ela irredutivelmente às pretensões de Diocleciano.

Conhecedor dessa recusa, o imperador chamou Filomena a Roma, convencido de que, cortejando-a, a faria mudar de ideias. Porém, a intrépida princesa, manteve-se fidelíssima a seu divino Esposo, e, furioso, o tirano ordenou que fosse encarcerada e flagelada. Tendo sarado miraculosamente do suplício da flagelação, foi mandada lançar ao rio Tibre, com uma âncora amarrada ao pescoço. Entretanto, o Divino Redentor veio em socorro da Sua consagrada: no exacto momento em que a mesma estava sendo atirada ao rio Tibre, dois Anjos apareceram, cortaram a corda que prendia a âncora, e transportaram-na para a outra margem, sem que as águas lhe tocassem sequer as vestes.

Esse grandioso milagre foi presenciado por centenas de pessoas, das quais muitas se converteram, inclusive os soldados que a lançaram ao Tibre. O Imperador, porém, atribuiu o maravilhoso prodígio a algum poder mágico da menina, declarou-a feiticeira e ordenou que fosse arrastada pelas principais ruas da cidade e depois trespassada por setas. Mortalmente ferida, foi abandonada no cárcere como se já estivesse morta. Mas seu Celeste Esposo fê-la cair num sono reparador, do qual despertou completamente curada e mais formosa que nunca.

O cruel tirano ordenou, então, que as setas fossem metidas numa fornalha até ficarem enrubescidas, certo de que dessa forma não sobreviveria aos mortais ferimentos. As setas, porém, voltaram-se contra os próprios arqueiros, causando morte instantânea a seis deles. Temendo o Imperador maiores consequências, e já bastante confuso, ordenou que a Princesa fosse imediatamente decapitada. Mas ainda desta vez nenhum poder teria o tirano, se não fosse a vontade do Altíssimo a permitir a consumação do martírio, a fim de que a "Princesinha do Céu" - conforme a chamara a Virgem Santíssima - pudesse receber na Glória do Paraíso o prémio eterno devido à sua incondicional fidelidade a Cristo Jesus.

Colheu a heróica Filomena a palma do martírio numa sexta-feira, às três horas da tarde, sendo 10 de Agosto o dia.

Conhecida a vida da Princesa Mártir por meio das referidas revelações, muitas foram as almas que dela obtiveram grandes graças. A Venerável Pauline Jaricot, curada miraculosamente, insistiu para que o Papa Gregório XVI, que testemunhara pessoalmente o milagre, iniciasse o exame necessário à canonização da Virgem Mártir, que já estava sendo conhecida como grande taumaturga. Tendo o Romano Pontífice recebido o parecer favorável da Sagrada Congregação dos Ritos, depois de aturados exames, elevou-a à honra dos altares, instituindo ofício próprio para o culto e festa, proclamando-a A Grande Taumaturga do Século XIX, Padroeira do Rosário Vivo e Padroeira dos Filhos de Maria.

O sucessor de Gregório XVI, Pio IX (beatificado por João Paulo II em 3-9-2000), no dia 7 de Novembro de 1849 celebrou a Santa Missa no altar onde estão as Santas Relíquias e, no dia 15 de Janeiro de 1857, concedeu ofício próprio com Missa. Antes de ocupar a Cadeira de Pedro, ele mesmo passou pela extraordinária experiência de ser milagrosamente curado pela “Princesinha do Céu”. Leão XII (dois pontificados anteriores a Gregório XVI − de 1823 a 1829), antes de ser eleito peregrinou por duas vezes ao Santuário de Mugnano, e como Papa fundou a Confraria e Arquiconfraria de Santa Filomena. Leão XIII foi outro peregrino da Santa por duas vezes. E em 1884 aprovou, consagrou e indulgenciou o cordão de Santa Filomena. Também o seu sucessor, São Pio X, respondeu aos mesmos apelos do Espírito, deixando à imagem da Santa um riquíssimo anel.

O amor da “Princesinha do Céu” por Jesus foi tão grande como é o seu poder de intercessão, poder já sentido na terra por muitas almas simples, pelos corações enamorados por Deus, como aconteceu, além dos vários papas, com alguns santos. De entre estes, seus mais memoráveis devotos foram São João Maria Vianney (o Santo Cura d’Ars), Santa Madalena Sofia Barat, São Pedro Chanel, São Pedro Julião Eymard, e o Beato Bártolo Longo.

Tantas e tão grandes maravilhas foram alcançadas no Céu por Santa Filomena em favor dos seus devotos, que Satanás se enfureceu ao ver o elevado número de almas atraídas para o caminho da santidade, e não descansou enquanto não encontrou o meio de impedir esse sentir dos impulsos do Espírito Santo nas almas. Para isso o eterno inimigo de Deus valeu-se do Decreto da Sagrada Congregação dos Ritos, de 14-2-1961, que lhe serviu de passadeira vermelha para apresentar a confusão e o erro, que chegaram de “braço dado”.

Dizia o decreto: "A festa de Santa Filomena, Virgem e Mártir (11 de Agosto), seja eliminada de todos os calendários litúrgicos".

Quanto a mim, esta determinação vem pôr em causa a sobriedade intelectual e a autoridade pastoral de vários Papas, até daqueles que foram miraculados e dos que presenciaram “o grande milagre de Mugnano”, dizendo ainda, de forma implícita, que os vários santos devotos de Santa Filomena também exageraram…

Estando já na altura lançada a luta contra a sã juventude, havia que remover a “Princesinha do Céu” desse trabalho de angariação dos jovens para Deus, por ser uma tão grande referência. Por isso creio que uma mão negra esteve por trás de tão desastroso documento, caso contrário, em vez daquilo que foi feito, por alegada fantasia contida no texto litúrgico, reformulavam-no apenas…

Dada a confusão gerada, o Padre Luís Espósito, antigo reitor do santuário de Santa Filomena em Mugnano, Itália, escreveu em 11 de Agosto de 1974: "Em 1964, com aprovação do Bispo Diocesano, apresentei um pedido de interpretação autêntica desta disposição, perguntando se aquela determinação proibia todo o culto à referida Santa. Recebi esta resposta: 'Foi tirado o culto litúrgico, mas mantém-se, sem alteração, o culto popular. A Santa pode ser venerada e pode ser honrada também com festa externa, com a missa do Comum das Virgens Mártires'".

O actual (?) Reitor do Santuário, Padre João Brachi, mandou esta resposta a pedido da Cruzada: "Pode celebrar-se com tranquilidade de consciência a missa em honra de Santa Filomena, do Comum das Virgens Mártires, e pode expor-se, sem hesitação, nos altares, a sua imagem. A disposição da Santa Sé, de 14 de Fevereiro de 1961, nunca teve a intenção de prejudicar ou eliminar o culto ou devoção popular a Santa Filomena".
O Bispo de Mysore, na Índia, perguntou ao Santo Padre João Paulo II o que havia a este respeito. Recebeu esta resposta: "Pode continuar o culto popular a Santa Filomena".

Muito mais poderia ainda dizer em favor da verdade factual sobre a "Princesinha do Céu", espero porém, que isto seja o suficiente para remover o erro em que muitos bons católicos caíram, mesmo muitos padres, como aquele de quem tive conhecimento de que impediu uma devota de Santa Filomena de levar o andor com a sua imagem na procissão anual da terra, dizendo-lhe que «Santa Filomena não é santa». Que todos aqueles que mais poder de influência têm corrijam esse erro, não impeçam os corações Simples de tê-la como poderosa intercessora, e o Mal verá reduzido o seu poder sobre as almas.