terça-feira, 8 de junho de 2010

Carta aos crismandos

Depois de ter ouvido as últimas palavras do Evangelho na Santa Missa de hoje (Mt 5, 16) e porque o propósito desta página é o de suscitar "Ideias Positivas", senti-me interpelado a partilhar convosco as últimas palavras escritas que dirigi ao grupo de crismandos adultos na véspera do Crisma, recebido no passado Domingo, dia 6.

Meus queridos irmãos:

Neste dia tão singular das vossas vidas, dia de Pentecostes que o Espírito vai fazer em vós, não podia deixar de vos dirigir umas breves palavras, dada a importância de tão grande e imperscrutável acontecimento.

Meus queridos: sabei que sois para mim motivo de uma grande e santa alegria, ao ver que o Espírito de Deus tem encontrado em vós o espaço que tantos e tantos lhe negam. Por isso, peço-vos encarecidamente, queridos irmãos, que, nos últimos momentos que antecedem a recepção do Sacramento, nada vos distraia. Nem o social, nem o material, nem qualquer outra futilidade.

Lembrai-vos que, a todo o crismando, o que acontece não é mais nem é menos que Aquilo a que foram sujeitos os Apóstolos no dia de Pentecostes. Assim saiba cada um dispor as coisas em seu espírito, de forma a tornar-se um digno acolhedor das torrentes de Graça que o Espírito Santo derrama em tão maior abundância quanto maior for a abertura e disponibilidade do receptor.

Vós sabeis − e por isso tanto me alegro − que tudo o que há de maior na terra, em rigor, não é nada, comparado com as coisas do Alto. O que vai acontecer em vós, é algo de imensamente grande, dado que é a mesma coisa e procedente do mesmo e Único Espírito que operou nos Apóstolos.

Com Eles sucedeu aquilo que a Sagrada Escritura nos conta. Suceda pois, também convosco, o que Deus quiser por vosso meio. De todos e de cada um, Ele espera grandes coisas, e se para Deus a medida é diferente da nossa, aos Seus olhos as grades coisas podem já ser o desejo e o esforço diário da nossa conversão. Sabei que recebeis os Dons necessários para que o mundo venha a ser o palco da acção do Espírito Santo que em vós habita, desde que, por vergonha ou outra qualquer razão, não abafeis o Espírito que por vós se quer revelar aos outros. Se fordes dóceis às Suas sugestões, ainda que isso não vos livre de algumas canseiras, vereis o vosso coração inebriado pelo Amor. É essa a primeira e grande recompensa recebida já nesta vida.

Oh, que tristeza; que pobreza a daqueles que se abeiram do sucessor dos Apóstolos para receberem o Crisma, apenas porque completaram a catequese e não ordenaram tudo em si para receberem de forma digna o Espírito Santo.

Sabei vós, meus queridos irmãos, compensar o bom Deus, o Pai que é Amor e que por isso tanto sofre por tantos que, não tendo criado intimidade com Ele, nem se apercebem do quanto Deus os ama, nem do quanto poderia dar-lhes.

Por último, peço-vos que, depois de já vos terdes aprontado − o que deveis fazer com relativa antecedência − e antes de saírdes para a Festa, recolhei-vos no espaço que achardes apropriado para, em oração, pedirdes à Rainha dos Apóstolos que vos ajude a preparar interiormente para receberdes Aquele que n’Ela sempre encontrou o Sim.

Que Aquele que ides receber em plenitude encontre em vós a receptividade necessária às Suas sugestões, e possais assim ser uma vela acesa diante de tantos irmãos que se deixaram envolver pela escuridão do mundo.

Sede corajosos, meus queridos, e tornai-vos verdadeiros Soldados de Cristo! Amem!


(Um catequista enamorado por Deus e pelo coração dos que Lhe são dóceis)

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