Há103 anos, quando o
Titanic se começou a afundar, a 15 de Abril de 1912, o Padre Thomas Byles teve
duas oportunidades para embarcar num barco salva-vidas.
Mas, de acordo com
alguns passageiros a bordo do navio em queda, ele renunciou a essas
oportunidades para ouvir confissões e oferecer consolação e orações aos que
estavam presos a bordo.
Agora, um sacerdote na
antiga igreja do Pe. Byles, em Inglaterra, está a pedir que se abra a sua causa
de beatificação.
Morreram cerca de 1500
pessoas quando o Titanic chocou contra um iceberg e se afundou no Oceano
Atlântico em 1912. Na altura considerado como "inafundável", o navio
não tinha barcos salva-vidas suficientes para todos os passageiros, na sua
viagem inaugural de Southampton para a cidade de Nova Iorque.
O Pe. Byles estava a
viajar no Titanic para presidir ao casamento do seu irmão em Nova Iorque. O
sacerdote britânico de 42 anos tinha sido ordenado em Roma 10 anos antes e
tinha servido como prior na Igreja de Saint Hellen, em Essex, desde 1905.
Miss Agnes McCoy, uma
passageira de terceira classe e sobrevivente do Titanic, disse que o Pe. Byles
tinha estado no navio, a ouvir confissões, rezando com os passageiros e
dando-lhes a sua bênção enquanto o navio se afundava.
Helen Mary Mocklare,
outra passageira da terceira classe, ofereceu mais detalhes sobre as últimas
horas de vida do sacerdote.
"Quando o embate
veio, fomos arremessados dos nossos lugares… Vimos diante de nós, a vir do
corredor, com a sua mão levantada, o Padre Byles", lembrou ela. "Nós
conhecíamo-lo porque ele tinha-nos visitado algumas vezes a bordo e tinha
celebrado Missa para nós precisamente nessa manhã."
"Tenham calma,
boa gente", dizia ele, e depois continuava pela terceira classe dando a
absolvição e bênçãos…"
Mocklare continuava:
"Alguns à nossa volta ficavam em pânico e era então que o sacerdote
voltava a levantar a sua mão e todos ficavam logo calmos, mais uma vez. Os
passageiros estavam absolutamente surpreendidos com o autocontrolo absoluto do
sacerdote."
Ela contava que um
marinheiro "avisou o sacerdote do perigo que corria e suplicou-lhe para
embarcar num barco". Apesar de o marinheiro estar ansioso por o ajudar, o
sacerdote recusou sair as duas vezes.
"O Pe. Byles
podia-se ter salvo, mas não ia deixar o barco enquanto um passageiro ainda
ficasse e as súplicas do marinheiro não foram ouvidas," contou
Mocklare." Depois de eu entrar no barco salva-vidas, que era o último a
partir, e estávamos a afastar-nos devagarinho do Titanic, conseguia ouvir
distintamente a voz do sacerdote e as respostas às suas orações."
Mais de um século
depois, o Padre Graham Smith - o actual prior na antiga paróquia de Saint Helen
do Pe. Byles - é o responsável por abrir a sua causa de beatificação.
Numa afirmação à BBC,
o Pe. Smith anunciou o início do processo de começar a tratar da canonização do
seu predecessor, que ele considera ser um "homem extraordinário que deu a
sua vida pelos outros."
O Pe. Smith disse que
na comunidade local, "estamos a esperar e a rezar que ele seja reconhecido
como um dos santos do nosso cânon."
O processo de
canonização precisa primeiro de reconhecer que a pessoa em questão viveu as
Virtudes Cristãs num grau heróico. De seguida tem que ser aprovado um milagre
atribuído à intercessão da pessoa para lhe ser conferido o título de
"Beato".
Uma vez beatificado, é
necessário outro milagre por intercessão do Pe. Byles para ele ser declarado
santo.
"Esperamos que
pessoas por todo o mundo lhe rezem se estiverem com dificuldade e, se um
milagre acontecer, então a beatificação e canonização podem ir para a
frente", disse o Pe.Smith.
in Catholic News
Agency
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