terça-feira, 20 de outubro de 2020

O que uns escondem e outros ignoram sobre as chamadas energias verdes

Descoberta uma nova galinha dos ovos de ouro, os industriais apresentam-na como a solução para os problemas ambientais, e os governos não só vão atrás como ainda se tornam aliados nessa propaganda.

Desenganemo-nos quanto ao que nos querem fazer crer nesta matéria, quando nos levam a aderir à ideia de que muito podemos contribuir para melhorar o ambiente ao adquirirmos automóveis eléctricos. Quem os adquire saberá dizer que o símbolo Z.E. identifica aquele veículo como não poluidor em CO2, um veículo de Emissões Zero. O que dificilmente saberá é que outros custos ambientais estão por trás, por que, para que esta nova galinha dos ovos de ouro possa dar cada vez mais ovos e nisso não vejamos problema algum, é-nos ocultada a forma como ela é alimentada.

Falando só na indústria automóvel, nem os donos da galinha, nem os seus caixeiros-viajantes, os governos, nos falam dos vários metais raros que são necessários para que um veículo eléctrico se possa mover, nem muito menos dos seus custos ambientais, que vão da extracção, ao que fazer-lhes sem prejuízos para o ambiente quando deixarem de ter utilidade.

Num interessantíssimo filme da RTP Play, que nos fala de “O lado negro das energias verdes”, é dito que, só em cobre, sem falar nos outros metais raros, um carro eléctrico pode conter até 80 Kg. E para a extracção e refinação do cobre, a mina de Chuquicamata, no Chile, fere de morte aquela que é umas das regiões mais desérticas do mundo, ao gastar, arrepiem-se os de recta consciência ecológica, cerca de dois mil litros de água, por segundo!...

Passando para as belas paisagens que ainda vamos tendo neste belo recanto ibérico, se a alguns, quando viajam, já incomoda a “floresta” de torres de energia eólica que dominam a paisagem, outros, de espírito mais ecologista, vêem nisso as energias limpas. É natural que assim se veja, quando se desconhece que, para fazer girar as pás de uma das grandes torres, só no rotor de cada aerogerador é usada uma tonelada de metais raros.

Vejam o filme (link abaixo), e depois tentem interrogar os habitantes das várias Chuquicamatas do mundo sobre a ideia que nos têm estado a incutir ao nos mostrarem a Noruega como exemplo a seguir. Será melhor não o fazerem, para não ouvirem dizer que a qualidade de vida dos ricos tem o custo de milhões de vidas humanas e a morte da própria natureza.

https://www.rtp.pt/play/p7804/e499007/o-lado-negro-das-energias-verdes

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Quinze minutos em companhia de Jesus Sacramentado

Meu filho, não é preciso saberes muito para muito me agradares, basta que me ames muito. Fala-me, pois, aqui, com singeleza, como falarias com o mais familiar de teus amigos, como falarias com tua mãe, como falarias com teu irmão.

Precisas de fazer em favor de alguém uma súplica qualquer?... Diz-me o seu nome, quer seja o de teus pais, quer de teus irmãos ou amigos; diz-me o que gostarias que Eu fizesse por eles... Pede muito, muito; não receies pedir-me, gosto muito dos corações generosos, que chegam a esquecer de certo modo as necessidades próprias para atenderem às alheias. Fala-me, assim, com simplicidade, com clareza, dos pobres a quem quiseras consolar: dos doentes a quem vês padecer, dos transviados que almejas tornem ao bom caminho; dos amigos ausentes que desejarias ter outra vez perto de ti. Diz-me por todos uma palavra, ao menos; mas uma palavra de amigo, palavra de dedicação fervorosa. Lembra-te que prometi escutar a súplica que saísse do coração: e não sairá do coração o pedido que me fazes pelas pessoas que teu coração mais especialmente ama?

E para ti não precisas de alguma graça? Faz-me se quiseres, uma lista de tuas necessidades e vem lê-la na minha presença.

Diz-me francamente que sentes orgulho, falsa delicadeza, amor à sensualidade e ao regalo; que és, talvez, egoísta, inconstante, negligente... e pede-me em seguida, que venha ajudar-te nos esforços, poucos ou muitos, que fazes para livrar-te de tais misérias.

Não te envergonhes, pobrezinho! No céu há tantos e tantos justos, tantos Santos de primeira ordem, que tiveram esses mesmos defeitos! Pediram com humildade, e a pouco e pouco viram-se livre deles.

Também não receies pedir-me bens do corpo e de entendimento: saúde, memória, sucesso feliz em teus trabalhos, negócios ou estudos... Tudo isso posso dar-te, e o dou e desejo que me peças, enquanto se não opuser à tua santificação, senão que a favoreça e ajude.

Hoje mesmo o que precisas? Que poderia Eu fazer em teu favor? Se conhecesses os desejos que tenho de te favorecer!...

Tens entre mãos alguns projectos? Conta-me-os miudamente. Que te preocupa? De que desconfias? O que desejas? Que poderia Eu fazer por teus irmãos, por tuas irmãs, por teu amigo, por teu superior, por teu pai, por tua mãe? Que desejarias tu fazer por eles?

E por Mim, não sentes desejos da minha glória? Não gostarias de poder fazer bem a teus próximos, a teus amigos, a quem muito amas, e que vivem talvez esquecidos de Mim? Diz-me que é que hoje atrai particularmente a tua atenção, que é que mais vivamente almejas, com que meios contas consegui-lo. Diz-me se não te sucedeu bem, e Eu te direi a causa do mau sucesso. Não quererias interessar-me em teu favor?

Sou, meu filho, dono dos corações, e docemente os levo, sem prejuízo da sua liberdade, para onde me apraz.

Estás talvez triste ou de mau humor? Conta-me, conta-me, alma desconsolada, as tuas tristezas muito miudamente. Quem te feriu? Quem melindrou teu amor-próprio? Quem te desprezou? Acerca-te do meu Coração, que tem bálsamo eficaz para as feridas do teu. Conta-me, e acabarás em breve por dizer-me, que à semelhança de Mim, perdoas tudo, esqueces tudo, e em troca receberás a minha benfazeja bênção.

Temes, por ventura? Sentes em tua alma aquelas vãs melancolias, que embora sejam injustificadas não deixam de ser bem angustiosas? Lança-te nos braços da minha Providência. Estou contigo, aqui, a teu lado me tens: vejo tudo, ouço tudo: nem um momento ficas desamparado.

Sentes desprezo da parte das pessoas, que antes te amavam, e vivem agora esquecidas e apartadas de ti, sem que lhes tenhas dado o menor motivo? Roga por esta tua necessidade; Eu farei que voltem a ti, se não servirem de obstáculo à tua santificação.

E não tens talvez alegria alguma a comunicar-me? Porque é que não me fazes partilhar dela, como bom amigo? Conta-me o que desde ontem desde a última visita que me fizeste, consolou e fez sorrir teu coração. Talvez tiveste agradáveis surpresas; acaso viste dissipados negros receios; talvez recebeste boas notícias, uma carta, mais um sinal de amor, venceste uma dificuldade, saíste de um perigo... Fui Eu que te procurei isso. Porque não me mostra por isso tua gratidão, e me dizes carinhosamente como um filho a seu pai: "Agradecido, meu Pai, muito agradecido". A gratidão atrai novos benefícios, porque ao benfeitor agrada ver-se correspondido.

Também não tens alguma promessa a fazer-me? Leio, bem o sabes, no fundo do teu coração; aos homens engana-se facilmente, a Deus não; fala-me, pois, com toda a lealdade. Tens firme resolução de não tornar a expor-te àquela ocasião de pecado? De privar-te daquele objecto, que fez mal à tua alma? De não ler aquele livro, que exaltou a tua imaginação? De não tratar mais com aquela pessoa, que turbou a paz do teu espírito?

Tornarás a ser brando, doce, amável e condescendente com aquele a quem, porque te melindrou, olhaste até agora como inimigo?

Agora, meu filho, volta às tuas ocupações, ao teu ofício, tua família, ao teu estudo... mas não te esqueças dos quinze minutos de agradável conversa, que tivemos, eu e tu, na solidão do santuário. Guarda, quanto puderes, silêncio, modéstia, recolhimento, resignação e caridade com o próximo. Ama a minha Mãe, que também é tua, a Santíssima Virgem...; e amanhã torna outra vez com o coração mais amoroso ainda, mais dedicado ao meu serviço; no meu acharás cada dia novo amor, novos benefícios, novas consolações.

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Manná do Christão, +- 1920 - pp. 163-169

Fonte:
http://romasempreeterna.blogspot.com.br