domingo, 30 de novembro de 2014

Do Banco de Portugal para o Carmelo


Lúcia Maria é licenciada em economia pelo ISEG e trabalhou durante 13 anos no Departamento das Reservas Externas do Banco de Portugal, onde coordenava o grupo que fazia a avaliação da performance da gestão de reservas sobre o exterior. Estava num banco que "pagava bem, com perspectivas boas de carreira e tinha um trabalho aliciante", mas não se sentia feliz e decidiu arriscar um caminho diferente.
Em 2004, chegou ao Carmelo de Nossa Senhora Rainha do Mundo, da ordem dos Carmelitas Descalços, no Patacão (concelho de Faro). Menos de um ano depois, foi revestida do hábito de Nossa Senhora do Carmo e, hoje, faz parte de uma comunidade de 16 carmelitas descalças. Em entrevista à Folha do Domingo, Lúcia Maria explica como decidiu mudar de uma carreira no Banco de Portugal para uma vida de clausura no Algarve.
"A missão principal [do Banco de Portugal] é o bem estar da situação monetária e financeira do país. Dava-me gosto quando lá estava e agora, como religiosa, dá-me gosto também ter essa consciência de que trabalhava para o bem. Contribuíamos para o bem-estar. Pelo menos tentávamos trabalhar com toda a responsabilidade e empenho para o bem-estar público, o bem-estar comum", lembra a carmelita, na entrevista à publicação propriedade da Diocese do Algarve.
Entrou para o Banco de Portugal através de um estágio, ao mesmo tempo que vários colegas do então Instituto Superior de Economia, e ficou efetiva no final do estágio. Gostava de aprender e de estudar, fazia "aquilo que era próprio dos jovens", apaixonou-se três vezes e queria casar e ter muitos filhos.
Depois da morte da mãe, no seu último ano de curso, percebeu que "havia variáveis exógenas que aparecem e que ninguém controla". Nessa altura, não se revoltou, mas deparou-se com "algo muito superior" a si. A mãe era catequista e o grupo a quem ensinava ficou sem catequista. "Levei o grupo até à primeira comunhão mas depois comecei-me a afastar", conta. Gostava de pensar pela minha cabeça e havia certas coisas na Igreja que achava que não estavam bem. O erro está não só em não pensarmos a sério no porquê das coisas, mas também em não irmos procurar as suas razões profundas. Ficamos na onda do que ouvimos dizer e foi isso que me aconteceu. Fui-me afastando porque achei que havia certas coisas que não faziam sentido nenhum".
Mas, em 2000, o seu sentimento mudou. "É uma experiência muito bonita de se ser enamorada por Deus. As coisas iam-me acontecendo e eu ia tendo consciência de que alguma coisa estava a mudar e a chamar por mim, mas não percebia o que era. Olhando agora para trás, percebo que logo no princípio do ano 2000 o evangelho de cada domingo mexia muito comigo. Aquilo era para mim! Eu ouvia e Ele estava a falar comigo! Mas continuava a minha vida normal".
Depois de quase 10 anos sem se confessar, teve "um impulso" na quinta-feira santa desse ano e confessou-se na igreja de São Nicolau, em Fátima. "Foi um momento de graça porque me senti pecadora e o quanto o nosso pecado ofende ao Senhor, mas, ao mesmo tempo, como Ele derramava a sua misericórdia". Ainda nesse ano, foi à Terra Santa, numa viagem organizada pela sua paróquia. Foi nesse momento que percebeu que "ser religioso e ser cristão não é só ir ao domingo à igreja, tentar não fazer o mal e portar-me bem. É mais do que isso, é viver intimamente com Deus. Então, viver intensamente o real era eu, com a consciência que Ele me envolvia, ser economista e fazer o melhor que sabia com o sentido de, com o meu trabalho, dar glória a Deus", diz.
Aí, decidiu que queria ser carmelita, que "nem sabia o que era". Começou a procurar sites de ordens religiosas na internet e ia sempre parar aos dos Carmelos. "Imprimi o horário de vida de um dos Carmelos e a minha mana entrou de repente no meu quarto. Eu estava com o papel na mão e meti-o rapidamente num livro sobre os mártires do século XX, não fosse ela pensar que eu estava maluquinha se soubesse que andava a consultar ordens religiosas", relembra.
A sua decisão foi "muito dolorosa" para a sua família, particularmente para a irmã. Trabalhou durante mais um ano no Banco de Portugal, pediu à instituição para regressar eventualmente e o regresso foi concedido. "Mas o Senhor continuou a insistir e aqui estou".
Quando o seu orientador espiritual a aconselhou a escolher uma comunidade, lembrou-se de um visitante com quem esteve no Carmelo de Fátima, que comentou que tinha gostado muito da comunidade de Faro. "Fui à lista telefónica, liguei para cá e vim passar uns dias".
Nove anos depois de ter chegado à ordem dos Carmelitas Descalços, Lúcia Maria, que nunca tinha pegado numa agulha, faz os hábitos. Levanta-se às 6h, faz uma hora de oração silenciosa e vai à missa às 7h30. Reza, toma o pequeno-almoço e trabalha até ao meio dia, altura em que vai de novo rezar e, depois, almoçar. A seguir ao almoço, tem uma hora de recriação e convive com as restantes carmelitas. No final do recreio, faz uma visita ao Santíssimo Sacramento e tem uma hora livre. Volta ao trabalho, volta à oração silenciosa e janta. Depois de mais de uma hora de recriação e oração, vai dormir.
Tem a certeza de que conseguiu atingir a felicidade que antes não havia conseguido encontrar e sente-se "plenamente realizada". "Não posso dizer que atingi a meta da felicidade porque isso é sermos santos e ainda não somos. É um caminho que Deus vai fazendo connosco".

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Padre Michel - Um desafio para a Igreja de hoje


https://www.youtube.com/watch?v=SNN1xzAuGMI
(Link para assistir à entrevista em francês e legendada em espanhol)

"Levar a Deus todas as almas que seja possível". 
O padre Michel Marie Zanotti Sorkine tomou esta frase a sério, e é o seu principal objectivo como sacerdote. É o que está a fazer depois de ter transformado uma igreja a ponto de fechar e de ser demolida na paróquia com mais vida de Marselha. O mérito é ainda maior dado que o templo está no bairro com uma enorme presença de muçulmanos, numa cidade em que menos de 1% da população é católica praticante.

Foi um músico de sucesso
A chave para este sacerdote que antes foi músico de êxito em cabarés de Paris e Montecarlo é a "presença", tornar Deus presente no mundo de hoje. As portas da sua igreja estão abertas de par em par o dia inteiro e veste de batina porque "todos, cristãos ou não, têm direito a ver um sacerdote fora da igreja".

Na Missa: de 50 a 700 assistentes
O balanço é impressionante. Quando em 2004 chegou à paróquia de S. Vicente de Paulo no centro de Marselha, a igreja estava fechada durante a semana e a única missa dominical era celebrada na cripta para apenas 50 pessoas. Segundo o que conta, a primeira coisa que fez foi abrir a igreja todos os dias e celebrar no altar-mor. Agora a igreja fica aberta quase todo o dia e é preciso ir buscar cadeiras para receber todos os fiéis. Mais de 700 todos os domingos, e mais ainda nas grandes festas. Converteu-se num fenómeno de massas, não só em Marselha mas em toda a França, com reportagens nos meios de comunicação de todo o país, atraídos pela quantidade de conversões.

Um novo 'cura de Ars' numa Marselha agnóstica
Uma das iniciativas principais do padre Zanotti Sorkine para revitalizar a fé da paróquia e conseguir a afluência de pessoas de todas as idades e condições sociais é a confissão. Antes da abertura do templo às 8h00 da manhã já há gente à espera à porta para poder receber este sacramento ou para pedir conselho a este sacerdote francês.
Os fregueses contam que o padre Michel Marie está boa parte do dia no confessionário, muitas vezes até depois das onze da noite. E se não está lá, anda pelos corredores ou na sacristia consciente da necessidade de que os padres estejam sempre visíveis e próximos, para ir em ajuda de todo aquele que precisa.

A igreja sempre aberta
Outra das suas originalidades mais características é a de ter a igreja permanentemente aberta. Isto gerou críticas doutros padres da diocese mas ele assegura que a missão da paróquia é "permitir e facilitar o encontro do homem com Deus" e o padre não pode ser um obstáculo para que isso aconteça.

O templo deve favorecer a relação com Deus
Numa entrevista a uma televisão disse estar convencido de que "se hoje em dia a igreja não está aberta é porque de certa maneira não temos nada a propor, que tudo o que oferecemos já acabou. No nosso caso, em que a igreja está aberta todo o dia, há gente que vem, há gente que reza. Praticamente nunca tivemos roubos,  e garanto que a igreja se transforma num instrumento extraordinário que favorece o encontro entre a alma e Deus".

Foi a última oportunidade para salvar a paróquia
O bispo mandou-o para esta paróquia como último recurso para a salvar, e fê-lo de modo literal quando lhe disse que abrisse as portas. "Há cinco portas sempre abertas e todo o mundo pode ver a beleza da casa de Deus". 90.000 carros e milhares de transeuntes passam e vêem a igreja aberta e com os padres à vista. Este é o seu método: a presença de Deus e da sua gente no mundo secularizado.

A importância da liturgia e da limpeza
E aqui está outro ponto-chave para este sacerdote. Assim que tomou posse, com a ajuda de um grupo de leigos renovou a paróquia, limpou-a e deixou-a resplandecente. Para ele este é outro motivo que levou as pessoas a voltarem à igreja: "Como é que podemos querer que as pessoas acreditem que Cristo vive num lugar se esse lugar não estiver impecável? É impossível."
Por isso, as toalhas do altar e do sacrário têm um branco imaculado. "É o pormenor que faz a diferença. Com o trabalho bem feito damos conta do amor que manifestamos às pessoas e às coisas". De maneira taxativa assegura que "estou convicto que quando se entra numa igreja onde não está tudo impecável é impossível acreditar na presença gloriosa de Jesus".
A liturgia torna-se o ponto central do seu ministério e muitas pessoas sentiram-se atraídas a esta igreja pela riqueza da Eucaristia. "Esta é a beleza que conduz a Deus", afirma.
As missas estão sempre cheias e incluem procissões solenes, incenso, cânticos bem cantados... Tudo ao detalhe. "Tenho um cuidado especial com a celebração da Missa para mostrar o significado do sacrifício eucarístico e a realidade da sua Presença". "A vida espiritual não é concebível sem a adoração do Santíssimo Sacramento e sem um ardente amor a Maria", por isso introduziu a adoração e o terço diário, rezado por estudantes e jovens.
Os sermões são também muito aguardados e, inclusive, os paroquianos põem-nos online. Há sempre uma referência à conversão, para a salvação do homem. Na sua opinião, a falta desta mensagem na Igreja de hoje "é talvez uma das principais causas de indiferença religiosa que vivemos no mundo contemporâneo". Acima de tudo, clareza na mensagem evangélica. Por isso previne quanto à frase tão gasta de que "vamos todos para o céu". Para ele esta é uma "música que nos pode enganar", pois é preciso lutar, a começar pelo padre, para chegar até ao Paraíso.

O padre da batina
Se alguma coisa distingue este sacerdote alto num bairro de maioria muçulmana é a batina, que veste sempre, e o terço nas mãos. Para ele é primordial que o padre seja visto pelas pessoas. "Todos os homens, a começar por aquela pessoa que entra numa igreja, tem direito de se encontrar com um sacerdote. O serviço que oferecemos é tão essencial para a salvação, que, o ver-nos deve ser tangível e eficaz para permitir esse encontro".
Deste modo, para o padre Michel o sacerdote é sacerdote 24 horas por dia. "O serviço deve ser permanente. Que pensaríamos de um marido que a caminho do escritório de manhã tirasse a aliança?".
Neste aspecto é muito insistente: "quanto àqueles que dizem que o traje cria uma distância é porque não conhecem o coração dos pobres para quem o que se vê diz mais do que o que se diz".
Por último, lembra um pormenor relevante. Os regimes comunistas, a primeira coisa que faziam era eliminar o traje eclesiástico sabendo a importância que tem para a comunicação da fé. "Isto deve fazer pensar a Igreja de França", acrescenta.
No entanto, a sua missão não se realiza apenas no interior do templo.
É uma personalidade conhecida em todo o bairro, também pelos muçulmanos. Toma o pequeno-almoço nos cafés do bairro, aí conversa com os fiéis e com pessoas que não praticam. Ele chama a isso a sua pequena capela. Assim conseguiu já que muitos vizinhos sejam agora assíduos da paróquia, e tenham convertido esta igreja de São Vicente de Paulo numa paróquia totalmente ressuscitada.

Uma vida peculiar: cantor em cabarés
A vida do padre Michel Marie foi agitada. Nasceu em 1959 e tem origem russa, italiana e da Córsega. Aos 13 anos perdeu a mãe, o que lhe causou uma "fractura devastadora" que o levou a unir-se ainda mais a Nossa Senhora.
Com um grande talento musical, apagou a perda da mãe com a música. Em 1977 depois de ter sido convidado a tocar no café Paris de Montecarlo mudou-se para a capital onde começou a sua carreira de compositor e cantor em cabarés. No entanto, o apelo de Deus foi mais forte e em 1988 entrou na ordem dominicana por devoção a S. Domingos. Esteve com eles quatro anos, e perante o fascínio por S. Maximiliano Kolbe passou pela ordem franciscana, onde permaneceu quatro anos.
Foi em 1999 quando foi ordenado sacerdote para a diocese de Marselha com quase quarenta anos. Além da música, que agora dedica a Deus, também é escritor de êxito, tendo já publicado seis livros, e ainda poeta.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Odiava a simples ideia de algum dia virar católico

A história de um evangélico baptista que encontrou a plenitude da fé no catolicismo
28.06.2014
Anthony Baratta
Aleteia

No dia seguinte à quarta-feira de cinzas de 2012, eu liguei para a minha mãe do meu dormitório no Seminário Teológico Batista do Sul e contei a ela que estava pensando em me tornar católico.
"Você não vai se tornar católico, você só sabe que não é baptista", disse ela.
"Não, mãe, eu acho que não é só isso".
Pausa. "Ah, meu Deus", ela suspirou.
Eu comecei a chorar.
Não tenho como enfatizar o suficiente o quanto eu odiava a simples ideia de algum dia virar católico. Fui reticente até o último instante. Poucos dias antes de abandonar a Igreja baptista, eu cheguei a enviar um sermão para um concurso; estava decorando o Salmo 119 para me convencer da “sola scriptura”; marcava reuniões com professores para ouvir os melhores argumentos contrários ao catolicismo; lia livros protestantes sobre o catolicismo, de propósito, em vez de livros de autores católicos.
Além disso, eu sabia que ia perder o subsídio para moradia e teria que devolver o valor da bolsa se abandonasse o seminário, sem falar da decepção para a minha família, amigos e para a dedicada comunidade da igreja.
Mas quando eu tentava estudar, desabava na cama. Tudo o que eu queria era gritar com o livro: "Quem disse?".
Eu tinha vivido uma grande mudança de paradigma na minha maneira de pensar sobre a fé. E a questão da autoridade apostólica surgia mais forte do que nunca.
Mas vamos voltar alguns anos no tempo.
Eu cresci num lar protestante evangélico. Meu pai se tornou pastor quando eu estava na quarta série. Durante o ensino médio, eu me apaixonei por Jesus Cristo e pelo seu precioso Evangelho e decidi-me tornar pastor também.
Foi nessa época que eu endureci a minha convicção de que a Igreja Católica Romana não seguia a Bíblia. Quando perguntei a um amigo pastor por que os católicos diziam que Maria permaneceu virgem depois do nascimento de Jesus, se a Bíblia diz claramente que Jesus teve "irmãos", ele simplesmente fez uma careta: "Porque eles não lêem a Bíblia".
O livro “Don’t Waste Your Life” [Não desperdice a vida], de John Piper, me fez enxergar um chamamento ao trabalho missionário. Passei o verão seguinte evangelizando os católicos na Polónia.
Fiquei surpreso quando visitei os meus pais, depois disso, e encontrei um livro intitulado “Born Fundamentalist, Born Again Catholic” [Nascido fundamentalista, renascido católico] em cima da mesa do meu pai. Por que o meu pai estaria lendo uma coisa dessas? Fiquei curioso e, como não tinha trazido nada para ler em casa, dei uma olhada no livro.
As memórias de David Currie, que abandonou a sua formação e o seus ministérios evangélicos, foram desconfortáveis para mim. Sua defesa sem remorsos de doutrinas controversas sobre Maria e o papado eram chocantes; eu nunca tinha pensado seriamente que os católicos tivessem argumentos sensatos e embasados para defender essas crenças.
A presença do livro na mesa do meu pai foi explicada com mais detalhes alguns meses depois, quando ele me ligou e disse que estava retornando ao catolicismo da sua juventude. Minha resposta? "Mas você não pode simplesmente ser luterano ou algo assim?". Eu me senti traído, indignado e furioso. Nos meses seguintes, servi como pastor de jovens na minha igreja local e, nos tempos livres, lia sobre o porquê de o catolicismo estar errado.
Foi quando encontrei um artigo que falava de uma "crise de identidade evangélica". O autor pintava um retrato de jovens evangélicos crescendo num mundo pós-moderno, desejosos de encontrar as suas raízes na história e sedentos do testemunho motivador de quem permaneceu firme em Cristo durante épocas cambiantes e conturbadas. Mas, na minha experiência, a maioria das igrejas evangélicas não observava o calendário litúrgico, o credo dos Apóstolos nunca era mencionado, muitos cantos só foram escritos a partir de 1997 e, quando se contava algum relato sobre um herói da história da Igreja, invariavelmente se tratava de alguém posterior à Reforma. A maior parte da história cristã, portanto, passava em branco.
Pela primeira vez, eu entrei em pânico. Encontrei uma cópia do catecismo católico e comecei a folheá-lo, encontrando as doutrinas mais polémicas e rindo das tolices da Igreja católica. Indulgências? Infalibilidade papal? Esses disparates, tão obviamente errados, me tranquilizaram no meu protestantismo. A missa me soava bonita e a ideia de uma Igreja visível e unificada era atraente, mas... à custa do Evangelho? Parecia óbvio que o demónio construía uma grande organização para afastar muita gente do céu.
Sacudi a maioria das minhas dúvidas e aproveitei o restante do meu tempo me divertindo com o grupo de jovens e compartilhando a minha fé com os alunos. Qualquer dúvida, resolvi, seria tratada no seminário.
Comecei as minhas aulas em Janeiro, com a mesma emoção de um fanático roxo por futebol indo para a final da Copa do Mundo. As aulas eram fantásticas e eu pensei que tinha finalmente me livrado de todos aqueles problemas católicos.
Mas, poucas semanas depois, mais dúvidas me assaltaram. Estávamos estudando as disciplinas espirituais, como a oração e o jejum, e eu fiquei cismado com a frequência com que o professor pulava de São Paulo para Martinho Lutero ou Jonathan Edwards ao descrever vidas admiráveis ​​de piedade. Será possível que não aconteceu nada que valesse a pena nos primeiros 1500 anos do cristianismo? Este salto na história continuaria me incomodando em muitas outras aulas e leituras propostas. A maior parte da história da Igreja anterior à Reforma era simplesmente ignorada.
Eu logo descobri que tinha menos em comum com os padres da Igreja primitiva do que eu pensava. Diferentemente da maioria dos cristãos na história, a comunhão sempre tinha sido, para mim, apenas um pouco de pão e suco de uva ocasionais e o baptismo só me parecia importante depois que alguém tinha sido "salvo". Esses pontos de vista não apenas contradiziam grande parte da história da Igreja, mas, cada vez mais, evocavam passagens desconfortáveis da Bíblia que eu sempre tinha desdenhado (João 6, Romanos 6, etc.).
Outras perguntas que eu tinha enterrado começaram a reaparecer, mais ferozes, exigindo uma resposta. De onde foi que veio a Bíblia? Por que a Bíblia não se autoproclamava "suficiente"? As respostas protestantes, que tinham-me bastado no passado, já não eram satisfatórias.
Foi lançado nesse tempo um vídeo viral de Jefferson Bethke no YouTube, "Por que eu odeio a religião, mas amo Jesus". O jovem tinha boas intenções, mas, para mim, ele apenas validava o que o Wall Street Journal tinha chamado de "perigosa anarquia teológica dos jovens evangélicos", tentando separar Jesus da religião e perdendo muito no processo.
O ponto de inflexão foi a quarta-feira de cinzas. Uma igreja baptista em Louisville realizou uma cerimónia matutina e muitos estudantes compareceram às aulas com as cinzas ainda na testa. Na capela, naquela tarde, um professor famoso pelo empenho apologético anticatólico expôs a beleza dessa tradição milenar.
Depois disso, eu perguntei a um amigo do seminário por que a maioria dos evangélicos tinha rejeitado essa linda tradição. Ele respondeu com alguma coisa sobre fariseus e "tradições meramente humanas".
Eu balancei a cabeça. "Não, eu não consigo mais".
A minha resistência ao catolicismo começou a se desvanecer. Eu me sentia atraído pelos sacramentos, pelos sacramentais, pelas manifestações físicas da graça de Deus, pela Igreja una, santa, católica e apostólica. Não havia mais como negar.
Foi no dia seguinte que eu liguei para a minha mãe e contei a ela que estava pensando em me tornar católico.
Faltei às aulas da sexta-feira. Fui para a biblioteca do seminário e olhei os livros que eu tinha-me proibido de olhar, como o catecismo e os últimos textos do papa Bento XVI. Eu me sentia como se estivesse vendo pornografia. No sábado, fui à missa das cinco da tarde. O grandioso crucifixo da igreja me fez lembrar de quando eu considerava os crucifixos um prova de que os católicos não tinham mesmo entendido a ressurreição.
Mas desta vez eu vi o crucifixo de modo diferente e comecei a chorar. "Jesus, meu Salvador sofredor, Tu estás aqui!".
A paz tomou conta de mim até a terça-feira, quando a realidade me atropelou. Fico ou vou? Fiz vários telefonemas em pânico: "Eu literalmente não tenho ideia do que eu vou fazer amanhã de manhã".
Na quarta-feira de manhã, eu acordei, abri meu computador portátil* e digitei "77 razões pelas quais estou deixando de ser evangélico". A lista incluía coisas como a “sola scriptura”, a justificação, a autoridade, a Eucaristia, a história, a beleza e a continuidade entre o Antigo e o Novo Testamento. Os títulos e os parágrafos fluíam dos meus dedos como a fúria das águas que explodem uma represa secular.
Poucas horas depois, em 29 de Fevereiro de 2012, eu saí de Louisville para evitar confundir mais alguém e esperando que eu próprio não estivesse cometendo um erro.
Os meses seguintes foram dolorosos. Mais do que qualquer outra coisa, eu me sentia envergonhado e na defensiva, indagando de mim mesmo como é que a minha identidade e o meu plano de carreira tinham-se deixado abalar tão rapidamente. Mesmo assim, eu entrei para a Igreja no dia de Pentecostes com o apoio da minha família e comecei a procurar trabalho.
Muita coisa mudou desde então. Eu conheci Jackie no site CatholicMatch.com naquele mesmo Junho. Casei com ela um ano depois e comemoramos o nascimento da nossa filha Evelyn em 3 de Março de 2014. Vivemos agora no Estado de Indiana e eu estou feliz no meu novo trabalho.
Ainda sou novato nesta jornada católica. Para todos os que ainda se questionam, eu posso dizer que o meu relacionamento com Deus só tem se aprofundado e fortalecido. Enquanto vou-me envolvendo com a paróquia, me vejo muito grato pelo amor à evangelização e à Bíblia que aprendi no protestantismo.
Não acho que eu tenha abandonado a minha fé anterior, mas sim que eu consegui preencher as suas lacunas. Hoje eu dou graças a Deus por ter recebido a plenitude da fé católica.

____________
*Em substituição do termo original do texto, “laptop”, para melhor compreensão de todo o leitor português (espero que “laptop” seja o termo que designa, de facto, computador portátil).


terça-feira, 18 de novembro de 2014

Saindo de Sodoma

Testemunho de activista homossexual convertido à fé católica: 
"Não há nenhuma felicidade fora da ordem moral"

Depois de uma vida desregrada, Eric Hess, activista gay de Wisconsin, Estados Unidos, encontrou-se com um homem de fé - o Cardeal Raymond Burke - e com a misericórdia divina. Em agosto de 1998, ele decidiu abandonar o pecado do homossexualismo e viver a castidade. É o que Eric conta em um testemunho publicado na revista Celebrate Life Magazine, no ano de 2011. “Enquanto alguns criticam o arcebispo Burke por sua fidelidade a Deus, à Igreja e às almas, eu digo que ele é um verdadeiro pastor dos fiéis e um Atanásio dos nossos dias”.
Por Eric Hess

Minha atracção homossexual começou, para ser sincero, como reacção ao meu pai, que era um alcoólico violento. Ele bebia com frequência, chegava para espalhar coisas pela casa e abusar da minha mãe, além de ameaçar a mim e a meu irmão. Eu achava que ele nos odiava. Em consequência, não queria ser nenhum pouco parecido com ele.
Na minha mágoa, comecei a procurar pelo amor do meu pai nos braços de outros homens. Aos 17 anos, um predador se aproveitou de mim sob a dinâmica professor/aluno e eu fiquei completamente confuso em relação à sexualidade humana. Com o passar dos anos, uma coisa levou a outra até que eu fui morar com um homem 20 anos mais velho que eu.
Antes de ir mais longe, é importante entender uma das principais causas da desordem da atracção por pessoas do mesmo sexo. Como um ex-membro da comunidade, eu posso dizer que os chamados direitos homossexuais – e o direito ao aborto – são um resultado imediato da mentalidade contraceptiva predita há 40 anos pelo Papa Paulo VI, na Humanae Vitae. Pessoas abusando umas das outras como objectos sexuais trouxeram à tona uma cultura de morte que tolera e defende todos os tipos de adultério e abuso infantil, incluindo o aborto. Essa mentalidade egoísta levou também às pesquisas com células-tronco embrionárias e à eutanásia.
Retorno ao meu Pai
De 1990 a 1994, eu ia à Missa de vez em quando. Em 1995, eu disse ao meu “parceiro” que não podia ir mais porque estava muito bravo com a Igreja. Eu coloquei todos os meus crucifixos e Bíblias em caixas e deixei-os no escritório do bispo de La Crosse, Wisconsin, com uma carta renunciando à fé católica.
Para minha surpresa, o bispo Raymond Burke respondeu com uma carta amigável, expressando sua tristeza. Ele escreveu que respeitava minha decisão e notificaria a paróquia onde eu havia sido baptizado. Sempre muito gentil, Burke disse que rezaria por mim e esperava ansiosamente pelo dia em que eu me reconciliaria com a Igreja.
Como um dos mais francos activistas “gays” de Wisconsin, eu pensei: “Que arrogância!” Então eu respondi ao bispo Burke com uma carta acusando-o de preconceito. Eu disse a ele que suas cartas eram desagradáveis e perguntava como ele se atrevia a escrever-me.
Meus esforços de pará-lo foram em vão. Burke enviou-me mais uma carta, assegurando-me que não escreveria de novo – mas que se eu quisesse reconciliar-me com a Igreja, ele me acolheria de volta de braços abertos.
De fato, o Pai, o Filho e o Espírito Santo nunca desistiram de mim. Dentro de alguns anos, eu conversei com um bom padre, que se uniu intensamente às orações do bispo Burke em agosto de 1998.
Em 14 de agosto, festa de São Maximiliano Maria Kolbe e vigília da Assunção de nossa Bem-aventurada Mãe, a misericórdia divina penetrou a minha alma, em um restaurante chinês – de todos e entre tantos lugares. Eu mal sabia, ao entrar naquele restaurante com o meu companheiro de mais de oito anos, que o Senhor me tomaria para Si naquela mesma tarde e me levaria a outro lugar, fora de Sodoma, para o juízo de Sua misericórdia, o santo Sacramento da Penitência.
O padre que eu tinha consultado estava lá. Assim que eu olhei do outro lado da sala para ele, uma voz interior falou ao meu coração. Era suave, radiante e clara em minha alma. A voz me disse: “O padre é uma imagem do que você ainda pode tornar-se, se voltar para Mim.”
No caminho para casa, eu seriamente disse ao meu companheiro: “Eu preciso voltar à Igreja Católica”. Mesmo em lágrimas, ele amavelmente respondeu: “Eric, eu sabia disso há muito tempo. Faça o que você precisa fazer para ser feliz. Eu sempre soube que esse dia chegaria.”
Depois, eu liguei para o escritório do bispo Burke. A sua secretária já me conhecia bem, então eu lhe disse que queria que o bispo Burke fosse o primeiro a saber que eu estava voltando para a Igreja e me preparando para o Sacramento da Penitência. Ela me pediu para esperar. Quando voltou, anunciou que o bispo Burke queria agendar uma conversa.
Mais tarde, eu confessei meus pecados a um devoto e humilde pastor de almas local e recebi a absolvição. Como parte essencial de meu restabelecimento, uma boa família católica deu-me protecção até que eu pudesse encontrar minha própria casa.
Um mês depois de minha reconciliação com Deus e com a Igreja, eu fui ao escritório do bispo Burke, onde ele me abraçou. Ele perguntou se eu me lembrava dos pertences que havia deixado com ele junto com minha carta de renúncia. É claro que eu me lembrava e o bispo Burke os tinha guardado nos arquivos da diocese porque acreditava que eu retornaria.
Por dois anos eu me perguntei se a mensagem mística significava que eu deveria me tornar padre. Finalmente, eu percebi que não era chamado ao sacerdócio. Afinal, o Vaticano determina que homens que têm uma inclinação homossexual bem estabelecida não podem ser admitidos às Ordens Sagradas ou às comunidades monásticas. Mais do que isso, o padre que eu vi no restaurante era uma imagem de que eu poderia me tornar santo e fiel através dos Sacramentos. Como todas as pessoas – solteiras, casadas e religiosas –, eu sou chamado à castidade. Para mim, é o bastante tentar e chegar ao Céu. Por isso, eu me esforço para viver fielmente minha vocação de solteiro.
Desde a minha experiência mística, eu me alegro por Raymond Burke, agora prelado de Saint Louis, Missouri. Enquanto alguns criticam o arcebispo Burke por sua fidelidade a Deus, à Igreja e às almas, eu digo que ele é um verdadeiro pastor dos fiéis e um Atanásio dos nossos dias. Eu digo a vocês que ele continua sendo um conselheiro e uma inspiração para mim. Embora meu pai biológico tenha me rejeitado, o arcebispo Burke se tornou meu pai espiritual, representando amorosamente nosso Pai dos céus. Como as Pessoas Divinas da Santíssima Trindade, o arcebispo Burke foi e é absolutamente fiel a mim.
A chave para a felicidade
Apesar da bênção do arcebispo Burke e de padres como ele, eu quero salientar que há outros que tiram as almas da vida eterna e da felicidade.
Por exemplo, quando eu recentemente fui à Confissão, um padre me disse algo contraditório à verdade que o arcebispo Burke me ensinou.
O padre apóstata me disse: Você é gay e a Igreja nos chama a aceitar nossa sexualidade. Eu sou um professor de ética – um estudioso. (...) Se você é atraído por pessoas do mesmo sexo, isso é natural para você. E, para você, negar isso e resistir é ir contra a lei natural. Eu acredito, como professor de ética, que você pode ter um colega de quarto homem e ser íntimo dele – sem contacto genital, é claro. Mas se você escorregar, não seria um pecado mortal.
Esse é o tipo de conselho que me convenceu a deixar a Igreja. Eu o escutava muito frequentemente de protestantes e de vários padres católicos durante os anos 1980. Eu escutei todo tipo de heresia sobre a sexualidade e Nosso Senhor. Hoje, que já estou separado da “comunidade gay”, eu escuto essas heresias apenas de padres mais velhos, em seus cinquenta e sessenta anos, mas não de padres com quarenta anos ou menos. Maus bispos e maus padres sozinhos desviaram muitas pessoas em relação à atracção homossexual. Não há nenhum “novo evangelho” ou estudo, e essa negligência espiritual deve parar.
Como alguém que sofreu no estado de pecado mortal por vários anos, eu asseguro a vocês que não há nenhuma felicidade fora da ordem moral. A única resposta autêntica ao desafio da atracção homossexual e do pecado é a verdade contida no Catecismo da Igreja Católica.
__________________
Tirado do FB, de uma publicação do Pe. Paulo Ricardo

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Canção de Portugal concorrente à Eurovisão

Vi estes dias no FB que a canção representante de Portugal na Eurovisão foi eliminada (creio que nas meias-finais do concurso), com pesar de quem publicou o vídeo.
E eu admiro-me por ter chagado tão longe tanta pobreza...
Acho que já era tempo de repensarem o modelo de selecção da canção que vai representar Portugal na Eurovisão. Se há décadas atrás, entre nós, não havia qualquer hipótese a não ser o Festival RTP da Canção, agora temos outros canais...
Se cada canal de televisão tivesse para o efeito o seu próprio concurso, e, no final, de entre a vencedora de cada canal fosse eleita a que iria representar Portugal, penso que as possibilidades seriam bem maiores. Até o próprio concurso (cá dentro) teria outro interesse para os telespectadores. 
Eis o link que me chegou pelo FB:



segunda-feira, 24 de março de 2014

Saí e fui atrás dela

Hoje, no Metro, sentadas nos bancos contíguos, conversavam duas mulheres jovens. A que seguia de costas para mim expunha à outra os seus progressos na formação que estava a fazer. Vendo na sua interlocutora algum interesse, passou da simples informação à táctica da angariação.
A “presa” perguntou se se tratava de coisas esotéricas, demonstrando nisso algum interesse, facto que parece ter deixado a “angariadora” mais confiante. A partir dali, a jovem africana (pelo menos na origem) passou a ouvir repetidas vezes a palavra “fácil”. Tudo era muito muito fácil. Bastava a inscrição, e ficava automaticamente agregada à proponente.
Toda a informação lhe fora dada, até a questão do custo da inscrição, que era baixo, mesmo sendo a formação dada num hotel. Essa formação, que designava de workshop, era sobre Reiki, tendo ela já feito o nível 3. Interrogada se haveria outras coisas, disse que só em Maio haveria outros workshops sobre cristais.
A que estava a ser aliciada ia junto à janela, de frente para mim, o que me permitia, discretamente, apreciar sua fisionomia, suas expressões, enfim, aqueles traços que me levaram a concluir tratar-se de uma moça de bem. Esse facto mais ajudou à minha inquietação.
A dada altura, ainda me levantei para me sentar junto delas, para poder meter conversa, mas decidi voltar ao meu lugar.
A uma mocinha que se sentou em frente a mim, perguntei se tinha uma caneta que me emprestasse, e comecei a escrever num papel que trazia no bolso (um pequeno impresso alusivo à história do Santo Lenho). A intenção era entregar aquele papel, com a seguinte indicação: «Sobre o que lhe está a ser proposto, é importante que veja no youtube, o “Testemunho da Aldina”, mas, chegados à estação do Campo Pequeno, duas antes daquela onde eu ia sair, a que estava a ser aliciada para a iniciação no Reiki saiu.
Eu regressava ao trabalho após a hora do almoço, e, não obstante o já ir atrasado, ainda que se tratasse de um atraso autorizado, entreguei rapidamente a caneta e saí atrás dela. Abordei-a então, explicando-lhe aquela minha atitude, enquanto lhe mostrava a mensagem que não chegara a completar. Mas para que o mais importante dessa mensagem não ficasse apenas nas palavras, não fosse esquece-la, com uma caneta dela, completei-a.  
Os traços de bondade quase se liam naquele rosto sereno. Era, pois, em meu entender, uma presa fácil para o Mal que se esconde atrás de tantas coisas com toda a aparência de bem.
Explicando-lhe que perante factos desta natureza eu estaria muito errado se ficasse de braços cruzados, disse-lhe ainda que esse é um dos meus campos de batalha enquanto catequista. Ao lhe perguntar se era católica, respondeu-me, agradecidamente, que era islâmica, e que iria ver mal chegasse a casa. 
Segurando as suas mãos, disse-lhe, mais com o coração do que com as palavras, que éramos filhos do mesmo Pai, e, acto contínuo, ouviu da minha boca as últimas palavras, que ela já percebera que saíam do coração:
- Vá com Deus, minha querida! Vá com Deus!

segunda-feira, 17 de março de 2014

O comentário que o JN não publicou

Caríssimos amigos:

No post anterior fiz referência a um comentário meu, que o jornal não publicou. Por isso, mais letra, menos letra, ei-lo aqui reproduzido:

Pobres de vós, os que fazeis chacota das coisas santas. Arrependei-vos antes que seja tarde, pois, não sabeis se no dia a seguir àquele em que lerdes estas palavras estareis vivos.
Independentemente de crerdes ou não, o Inferno está-vos garantido.
Sobre este suposto milagre nada posso dizer, mas posso dizer-vos para verdes no link (...)
- http://www.youtube.com/watch?v=qEwsrMvCV6M
- http://www.youtube.com/watch?v=qoeBaxjhp08

Agora, no link seguinte, conferência do próprio cientista:
- https://www.youtube.com/watch?v=qeDnA4L6eXg

Obs.: No comentário que o jornal não publicou, e cuja notícia poderá o leitor ver no post anterior a este, penso que apenas fiz alusão a um destes links.

Seja louvado Nosso Senhor Jesus Cristo!

sábado, 15 de março de 2014

O suposto milagre em Israel e os comentários à notícia

Já experimentaram fazer um comentário na edição online de um jornal? Foi o que eu fiz há umas horas atrás. Mas como em todos os casos, para isso tive que me registar primeiramente. Fi-lo no JN, depois de ler os comentários feitos à notícia, "Estátua da Virgem Maria "chora" lágrimas de óleo em Israel".
Se as minhas palavras fossem no mesmo sentido das dos anteriores comentários, era uma questão de segundos, até poderem ser lidas como as demais. Porém, atendendo à apregoada liberdade de expressão que os jornais tanto defendem quando um texto pode chocar a opinião pública, o meu comentário não foi publicado.
Está a ser confuso para si isto de dizer que o meu comentário não foi publicado, por causa da liberdade de expressão? Chegámos então ao busílis da questão:
O que aqui denuncio, é precisamente a hipocrisia de quantos defendem esse direito e que com ele se escudam, fazendo-o sempre que procuram "legalizar" ideias que agridem a moral do povo. É, pois, nessas alturas, que evocam a liberdade de expressão. E ai de quem entenda calá-los, ainda que se trate de uma abominação...
Curiosamente, por entender que assiste ao jornal a liberdade de publicar todo e qualquer tipo de opinião, as palavras que escrevi não ofendiam nem o jornal nem os leitores que nele deixaram as maiores blasfemas.
Fica, pois, provado, para aqueles que ainda tinham dúvidas, o que é que interessa e o que não interessa ao jornal, provando-se ao mesmo tempo sob que poder está hoje a comunicação social.
Copie o link, e veja a notícia e os tão ofensivos comentários.
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/MundoInsolito/Interior.aspx?content_id=3720480

terça-feira, 4 de março de 2014

Há portugueses, como eu, que não têm coração...


Notícias do dia 1-3-2014:
Um grupo de 42 estudantes sírios chegou hoje a Portugal para prosseguir os estudos em universidades portuguesas e politécnicos, no âmbito da Plataforma Global de Assistência Académica de Emergência, iniciativa do ex-Presidente da República Jorge Sampaio.Os estudantes sírios foram transportados desde Beirute, capital do Líbano, numa aeronave militar C-130 da Força Aérea Portuguesa, que chegou às 04:30 a Lisboa, ao Aeródromo de Trânsito n.º 1, em Figo Maduro. 
(http://zap.aeiou.pt/estudantes-sirios-em-portugal-desde-madrugada-de-hoje-19687)
Pois é, como numa moeda, esta, é uma das faces. A outra não será tão apelativa, nem é para ver, mas, quer queiramos quer não, ela é tão real como esta.
Nessa outra face, está a situação de um cada vez maior número de jovens portugueses que são obrigados a abandonar os estudos por falta de meios para poderem continuar.
Alguns deles, votados a tal situação por toda a classe de animais políticos (à qual este senhor também pertence), despertaram do sonho que mantinham, o de poder tirar o seu curso, para se verem no pesadelo que é verem a família a ter de ser socorrida pelas paróquias com uma refeição quente.
Sugiro-lhe, Sr. Jorge Sampaio, que tome as mesmas medidas para com os NOSSOS jovens, levando-os para um outro país que lhes permita completarem os seus estudos à custa dos contribuintes desse país.
Ah, pois é, esquecia-me de que não o conseguiria fazer, e por duas únicas razões:
- Uma, porque o facto pouco ou nada pesaria na sua imagem em termos internacionais;
- E a outra, porque não encontraria governo algum, cujo país se possa comparar a este depauperado Portugal que eu sirvo, que aceitasse ajudar os de fora quando tem os seus em sérias dificuldades.
Eu sei que vai dizer que estas só podem ser palavras de quem não tem coração. E até é capaz de ter razão... Sim, porque, pertencendo eu ao grupo daqueles que têm servido de alimento para a vossa engorda, vejo-me impotente diante das rapinas que não largam o poleiro e que nem esperam que os fracos morram, para começarem a devorá-los vivos... E se os vossos ataques já os sinto nas entranhas, não deve admirar-se que tema pelo próprio coração... 
Acha que estou a exagerar?
Então vá, para me calar, a mim e a quantos pensarão da mesma forma, pegue lá nos nosso jovens que foram obrigados a deixar os seus cursos, e crie-lhes essas necessárias condições. E já agora, uma vez que estamos nisto, que seja dado a cada um deles o mesmo valor do custo que representa para mim e para os restantes contribuintes cada jovem sírio, e talvez nem precisem de sair do aconchego familiar.
Sabe porque é que estou com este comentário? Para me manifestar contra todos os animais políticos travestidos de humanos. Sim, porque enquanto vós estiverdes no poder das nações, o mundo não tem remédio. Seria necessário que fossem os Humanos a estarem ao comando. O que é que eu estou para aqui a dizer?! Ainda não percebeu?!
Bem, se é assim tão difícil, eu explico:
Já viu daqueles filmes em que alienígenas se apoderam do corpo dos humanos? Pois é isso mesmo que eu quero dizer, ou seja, que a classe política que governa o mundo, apenas mantém a aparência de humanos, porque há muito que o Verdadeiro alienígena se apoderou de vós. Ainda quer que lhe faça um desenho?