domingo, 6 de setembro de 2015

Quando é que teremos uma destas mudanças?

Em cada campanha eleitoral para as legislativas, não se esquecem os políticos de apelar ao voto, cada um no seu partido, obviamente. E lá para o final, porque já “gastaram os cartuchos”, resta-lhes apelar ao dever cívico dos portugueses, no sentido de reduzirem as sempre grandes percentagens de abstenção.
E para ajudar, este ano surgiu-lhes aquilo que pensam constituir uma pequena dificuldade para a adesão às urnas: o calendário futebolístico. Atendendo a que cada partido irá receber mais de três euros por cada voto (dinheiro que sairá sempre do bolso do contribuinte), fico cá com a pulga atrás da orelha quanto às reais ou primeiras preocupações dos partidos relativamente à afluência às urnas.
Formas de encaixe financeiro à parte, penso que as eleições deveriam deixar de ser aos domingos e passar para outro dia, aí pelo meio da semana. E para acabar com as habituais questiúnculas pós eleitorais, em que há sempre quem diga ao outro que, se não vai votar não temo o direito de se queixar, e acabar ao mesmo tempo com a grande abstenção, o acto de votar deveria ser obrigatório. Claro que a medida não iria agradar aos patrões, porque teriam que dar a manhã a uns e a tarde a outros, para cumprirem a sua obrigação.
Com esta medida se ficava realmente a saber qual o partido que mais representava a vontade de todos os portugueses. Enquanto o voto não for obrigatório, arriscam-se os partidos a terem cada vez menos cidadãos a irem às urnas.
Outra mudança que deveria ser introduzida é a forma de representatividade. Deveriam ser os eleitores a escolher os seus candidatos, e não os partidos que internamente negoceiam quem é colocado na lista, em primeiro, em segundo, em terceiro ou quarto lugar. Com as nomeações internas para tais posicionamentos na lista, são os partidos que impõem os seus meninos aos que neles votaram, e depois têm a lata de dizer que este ou aquele que conseguiu as mordomias parlamentares, foi eleito pelo povo…
Eu penso que não. Quem os elegeu foi a máquina partidária, porque ao povo apenas é dada a possibilidade de eleger o partido. Desta forma continuaremos a assistir a esta tão enviesada forma de democracia, onde os partidos aproveitam para, sabe-se lá porquê, pôr esta ou aquela figura neste ou naquele círculo eleitoral, como se os meninos conhecessem a realidade da região, para poderem defender os seus legítimos interesses no parlamento…   

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