Queridas L. e K.,
Como vos tinha dito que havia de vos enviar um mail a dar conhecimento de um problema
de um dos catequizandos do vosso grupo, eis o que deveis saber sobre o L. Para
que melhor possais lidar com a situação e ao mesmo tempo fazer essa importante
catequese para os demais catequizandos, devo informar-vos que ele, em seus
treze anos, foi aconselhado, nas consultas de psicologia, a assumir-se sem
problemas como homossexual, porque, segundo a psicóloga, deve seguir o que o
seu coração sente…
Vós sabeis como eu que nada permanece sólido se não
for criada primeiramente uma base segura. E nesta questão da homossexualidade,
- Quando
parece já não haver telenovelas – e tantas outras séries e programas que concorrem
para o mesmo – em que não seja inteligentemente apresentada a questão como
sendo algo normal,
- Quando os
próprios profissionais de saúde a procuram justificar de uma ou de outra forma,
- Quando
dentro da própria Igreja se vêem posições de tolerância, por se confundir o que
deve ser a visão a ter do pecador e a posição em relação ao pecado, maior tem
que ser o cuidado a ter na preparação de uma catequese destas, aliás, como deve
ser em todas as catequeses. Preparai, pois, com todo o cuidado, esta questão
doutrinal, para que a catequese possa ser o eco da Palavra de Deus na
inteligência e no coração dos vossos catequizandos.
Queridas irmãs em Cristo, quando digo para fazerdes
eco da Palavra de Deus, sabeis bem o que isso implica, que é o esvaziardes-vos
de vós mesmas, ou seja, das vossas ideias, para que, pela oração, a Palavra
entre primeiramente no vosso coração e dele saia clara e de forma cativante
para a inteligência de quem a recebe. Só assim é que ela pode chegar ao coração
daquele que a ouve e aí se transformar em Dabar, que é como dizer, ser
geradora da acção que o Senhor espera de cada um de nós.
Uma alma enamorada por Deus procura, também nos
acontecimentos, perscrutar o Coração Amorosíssimo do Pai, condição sine qua
non para se poder falar das coisas d’Ele garantindo maior fidelidade à Sua
Divina Vontade. Pode à primeira vista parecer-nos algo muito difícil, isso de
perscrutar o coração de Deus, dada a limitação imposta por toda a azáfama do
nosso quotidiano, pensando que só numa vida monástica poderíamos ter as
condições favoráveis. Sendo porém desejo de Nosso Senhor que não desviemos o
olhar e o coração dessa dimensão contemplativa ao mesmo tempo que vivemos a
condição secular, é não só possível mas um dever nosso o procurarmos viver uma
cada vez maior intimidade com Deus Pai. E a prova de que não é tão difícil
assim chegar a essa intimidade com Deus vivendo uma vida normal, temo-la no
exemplo de tantos santos que enchem as páginas dos livros que nos falam das
suas biografias. Se nos debruçarmos sobre o que foi a vida de muitos deles
vemos que o que os levou à santidade não foram feitos de grande heroicidade,
mas uma vida onde nunca faltou a oração, o amor à Eucaristia e o despojamento
de si próprios, condição esta sem a qual ninguém consegue ter espaço para
acolher a pedagogia de Deus. E sem ela, fazemos a nossa, cujo resultado é
aquilo que se vê.
Num tempo e numa sociedade onde tudo constitui apelo à
promoção pessoal em ordem à afirmação, a rejeição dessa virtude evangélica do
negar-se a si próprio criou um problema que tem vindo a agudizar-se nas últimas
décadas, na medida em que esse tal espaço, que deveríamos manter arejado a ponto
de nele se respirarem só os mais celestes odores e tê-lo reservado apenas à
Palavra de Deus, tem vindo a ser preenchido pelo enriquecimento de espírito – é
sobre isto que Jesus fala: bem-aventurados
os pobres em espírito – e por ideias trazidas para o interior da Igreja por
novas correntes de pensamento, correntes essas condenadas em vários documentos
pontifícios, desde S. Pio X a Bento XVI, passando por S. João Paulo II.
Queridas amigas, para estas idades dos 13-14 anos,
pese embora a dificuldade já visível em muitos deles, urge sermos
misericordiosos na verdade. E a verdade está em Deus, não há outra. Por mais
teses teológicas que possamos ouvir, para termos a garantia de que seguimos a
Vontade de Deus basta que façamos o exercício de, espiritualmente, nos
colocarmos no meio das pessoas a quem Jesus falou – atitude interior possível
pela leitura/oração dos relatos feitos pelos Apóstolos. E aí o que é que
ouvimos de Jesus acerca da interpretação da Lei? Uma coisa muito simples: que
ela foi dada ao Homem para lhe servir de espelho onde se reflectem ao mesmo
tempo a justiça e a misericórdia de Deus. Sobre a misericórdia disse-nos que a
salvação é para todo o pecador que se arrepende e deixa o pecado; já sobre a
justiça Jesus nunca foi de meias palavras. Ela recairá sem piedade até mesmo
sobre aqueles que parecem estar mais próximos d’Ele mas não o estão de coração.
É tão duro que, aos que agora designamos de “politicamente correctos”, por Ele
classificados como mornos por não serem nem quentes nem frios, diz que os
vomita (Cf. Ap 3, 15-16). E se dúvidas se levantam quanto à
actualidade da antiga Lei, o Verbo de Deus feito carne também é muito claro
quando diz que não veio para a abolir, porque, sendo ela perfeita – porque o
legislador é Deus – é para vigorar por todos os séculos, dizendo mesmo que é
mais fácil que o céu e a terra passem do que cair um só assento da Lei (Cf. Mt
5,17-18).
Como Deus criou o homem e a mulher à Sua imagem e semelhança,
divinizando-os, portanto, Satanás e o seu séquito nunca pouparam esforços para
ludibriarem os planos de Deus, fazendo troça da Sua obra. Suscitaram então nos
homens o desejo por outros homens, e nas mulheres o desejo por outras mulheres.
E como é que o Diabo consegue fazer com que as pessoas se tornem perversas,
nesse e em muitos outros sentidos? Explorando sem descanso a fraqueza ou
fraquezas que encontra em cada um, sendo mais bem-sucedido quanto mais afastada
a pessoa se mantém da prática dos sacramentos, principalmente da Eucaristia e
da Penitência (confissão). E quando ele encontra na vida da pessoa um espaço
que não esteja trancado com a oração e a prática dos sacramentos, apodera-se
desse espaço e, a partir daí, montando nele o seu posto de comando procura
estender o seu domínio sobre as restantes áreas da vida da pessoa. Ora, sendo o
Homem um ser espiritual, com necessidade de equilíbrio a esse nível, ao não
praticar a espiritualidade Cristã que emana do tesouro confiado à Santa Igreja
Católica, cria a oportunidade para que o Maligno semeie no seu coração as
sementes do seu reino, nascendo daí o desejo de encontrar algo que o preencha.
Este é um fenómeno que atravessa toda a história da
humanidade, quando o homem deixa de se colocar diante do Criador com um coração
de criança. E sem o influxo da graça em sua alma volta-se para os ídolos e para
o ocultismo. Mas os que não seguem esses caminhos não deixam de estar sobre o
mesmo domínio, pois, àqueles que não são tão dados às coisas da espiritualidade,
é-lhes sugerido o hedonismo e outras irresistíveis tentações. Por isso, à semelhança
dos tempos bíblicos, hoje como outrora, o homem deixa de sentir necessidade de
Deus. É então que os demónios fazem festa, pela maior ascendência que exercem
sobre todos os que deixaram ofuscar sua inteligência.
Falando exactamente sobre este problema, sobre os que
voltaram costas a Deus e procuraram seus ídolos e que por isso viriam a cair
nas malhas de Asmodeu – o demónio da impureza –, diz São Paulo aos Romanos:
«Foi por isso que Deus os entregou a paixões degradantes. Assim, as suas
mulheres trocaram as relações naturais por outras que são contra a natureza. E o mesmo acontece com os homens:
deixando as relações naturais com a mulher, inflamaram-se em desejos de uns
pelos outros, praticando, homens com homens, o que é vergonhoso, e recebendo em
si mesmos a paga devida ao seu desregramento. Esses, muito embora conheçam o
veredicto de Deus - de que são dignos de morte os que tais coisas praticam -
não só as fazem, como até aprovam os que as praticam» (Rm 1, 26-27.32).
Amadas filhas do Altíssimo, como dizia anteriormente,
sede misericordiosas na verdade, isto é, ter caridade para com os que vivem no
erro ajudando-os a libertarem-se dele, sabendo porém que para isso não se pode
nunca fugir à verdade; não à nossa, mas à de Jesus Cristo, à do Senhor do Céu,
da Terra e de todo o Universo. Questionar a Sagrada Escritura é pecado
gravíssimo, ainda mais depois de o Próprio Senhor Jesus dizer que nada na Lei
pode ser mudado, e quando essa Lei diz claramente: «Se um homem coabitar sexualmente com
um varão, cometeram ambos um acto abominável; serão os dois punidos com a
morte» (Lv 20, 13).
Para além deste, que foi o motivo desta carta, há
porém vários outros “fogos” a apagar, ateados que foram pelos demónios
precisamente nos jardins da humanidade, que são as crianças e os adolescentes.
Um desses grandes fogos ao qual não está a ser dada a devida importância é o da
sensualidade, a grande porta para o reino de Asmodeu. Bem Nossa Senhora dizia
aos Pastorinhos que iriam chegar umas modas que muito ofendem Nosso Senhor. E o
que é o pecado senão a ofensa a Deus? Mas hoje, para maior sofrimento de Nossa
Mãe Bendita e da Trindade Santíssima, tanto nas famílias como na própria Igreja
fecham-se os olhos ao sofrimento de Nosso Senhor, permitindo que as flores do
jardim de Deus – crianças e adolescentes – sejam expostas desde muito
cedo à cobiça de olhares não-sãos. E depois queixam-se das violações…
Um outro desses graves “fogos”, que a mim me
entristece tão profundamente – como não ficará Nosso Senhor… –, é o ver que
todas as crianças e todos os adolescentes, quando na hora de catequese durante
a semana estão na Santa Missa com os seus catequistas, se colocam na fila para
receberem o Santíssimo Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo. A esse propósito
diz-nos Ele que, todo aquele que se abeira da Comunhão sem estar em estado de
graça é réu do Corpo e Sangue de Jesus e está a receber a sua própria
condenação (Cf. 1Cor, 27-29). Mesmo que outro impedimento não tivessem, a forma
de vestir da maioria já é motivo bastante para nem na igreja poderem entrar,
quanto mais para receberem Nosso Senhor. Não há quem tenha piedade destas
almas? Não há pais, não há catequistas, não há padres?
Amadas irmãs em Cristo, que desta já longa carta vos
fique o encorajamento a serdes os sapadores de Deus na área que Ele vos
confiou, combatendo com valentia a parte que vos cabe nos fogos que o Inferno
ateou por todo o lado. Sede corajosas, e lembrai-vos das promessas de Nossa
Senhora: «Por fim o meu Imaculado Coração triunfará», sabendo que para isso Ela
conta convosco relativamente às almas que tendes ao vosso cuidado. Gritai bem
alto no coração dessas crianças as palavras do Senhor: «Ao que vencer, farei que se sente comigo no meu trono (Ap 3, 21a).
Convosco louva o Altíssimo,
(Assinado)
1 comentário:
Essa psicóloga é uma falsa psicóloga, pois, oferecendo mentira, não contribui para a felicidade do jovem, mas para a sua infelicidade. A verdadeira ciência jamais justifica uma mentira.
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