Aquilo que as notícias nos têm mostrado sobre os índices da criminalidade, são cada vez mais preocupantes. O crime com o uso de violência tem vindo a aumentar. Muitas escolas e áreas envolventes, devem estar em destaque nos mapas das forças policiais, por fazerem parte dos pontos críticos da sua área de actuação.
A criminalidade e a delinquência associadas a esses meios, têm sido responsáveis por muita inquietação nas famílias que tenham seus filhos ou netos a estudar em escolas algo problemáticas. O medo que se instala em primeiro lugar nos miúdos que já tenham sido vítimas de assaltos ou receio de virem a ser os próximos, e até mesmo nos próprios pais, é um facto que tem motivado debates e formas de acção com vista a controlar esse mal que afecta as populações escolares.
Face a esta problemática geradora de sentimentos de medo e insegurança, coloco ao leitor e às entidades responsáveis pela “educação (?...)” no meio escolar, a seguinte questão:
Se alguém tivesse a ideia de lançar uma campanha de sensibilização nas escolas para que as nossas crianças, adolescentes e jovens, conhecessem os métodos de actuação dos grupos que aterrorizam tanta gente, seria boa ideia?
Crendo que a esta pergunta poderia ter a anuência da maioria, continuo:
E uma vez reconhecida e validada a importância dessa campanha por parte do Ministério, alegando que o objectivo era dar aos miúdos todo o esclarecimento necessário, que acham se se avançasse para a apresentação de tudo quanto faz parte dos meios utilizados pelos grupos de vândalos e assaltantes? E querendo ser mais abrangente, que tal dar-lhes formação sobre os produtos utilizados nos bares e discotecas, usados muitas vezes para “adormecer” as vítimas de roubos e de violações? E à medida que os alunos fossem tendo capacidade para tal, porque não dar-lhes também formação sobre os vários tipos de objectos e armas que andam por aí a operar, pondo-os mesmo em contacto com elas, permitindo-lhes o seu manuseamento?
Calma!... Escusam de me chamar o que já estão a pensar, porque não pretendo propor esta “disciplina”...
Pois bem: passando deste “projecto” a um outro que foi apresentado aos pais que em Abril do ano passado estiveram na reunião periódica de encarregados de educação e que está a ser levado a cabo pela Universidade Nova de Lisboa, por ser um pai que se nega a estar de acordo com algumas “preocupações” que a União Europeia tem em relação aos educandos, “preocupações” também sentidas pelos nossos governos, contestei o plano de acção ou projecto apresentado.
Tendo-se apresentado na sala uma professora para pedir aos pais que assinassem um documento identificando-se a si e ao seu educando, declarando se autorizavam ou não que o aluno participasse numa acção de formação (?) sobre as doenças sexualmente transmissíveis, disse que os pais tinham que assinar, independentemente de autorizarem ou não, identificando-se a si e ao aluno. No final eu disse que, se não fosse uma falta de respeito para com ela, nem aquela folha preenchia. Em toda a sala, fui a única pessoa que se manifestou abertamente contra “as preocupações” que a professora disse haver no seio da U. E. e que estão na origem deste projecto.
Com a lição muito bem estudada, usou do engodo de enumerar algumas das doenças sexualmente transmissíveis, chamando, obviamente, a atenção para os perigos que elas podem comportar. E como que num gesto de xeque-mate à concordância dos pais, astutamente, à lista das vulgarmente conhecidas, acrescentou uma outra cujo nome escreveu no quadro: a Clamídea. E assim terá obtido a adesão de muitos pais, tanto naquela como em outras salas onde terá usado exactamente a mesma estratégia...
Explicando eu as razões pelas quais não autorizava que o meu filho participasse, disse em primeiro lugar que não estava nada preocupado com nenhuma doença sexualmente transmissível, nem mesmo com a Clamídea, cujo nome ali ouvi pela primeira vez, dado que a melhor preparação ou ensinamento que tenho dado aos meus filhos, é o próprio testemunho de vida, aproveitando para dizer:
− Em 82, estando na tropa, namorei com uma rapariga de quem gostava. Gostava-mos um do outro, mas a determinada altura concordámos em parar. Hoje posso olhar o marido dela olhos nos olhos, uma vez que, o gostar dela era para mim sinónimo de respeito, tendo terminado o namoro sem que lhe desse um beijo nos lábios.
Recorrendo a uma outra forma de cartada psicológica, a defensora do programa, querendo tocar o ponto fraco das pessoas, disse que teve conhecimento de que um jovem médico, hoje com SIDA, contraíra a doença no seu primeiro ano de universidade...
E aquilo não poderia ficar sem mais uma intervenção minha, que poderá ter chocado algumas sensibilidades − e estou certo que chocará a de alguns leitores −, ao dizer:
− Olhe... não tenho pena nenhuma!... Teria pena desse jovem, se me dissesse que, por via de um acidente, por causa de uma cirurgia ou assim, tivesse sido infectado, agora por quem pratica sexo antes ou fora do casamento... não tenho pena nenhuma! A prática sexual não tem contra-indicações no matrimónio, dando até beleza e tempero à relação, fora disso, quem pisa o risco que assuma as consequências!... (Quem não me conheça bem dirá que isto não são palavras de uma pessoa que sofre com os problemas dos outros, mas uma coisa é a atitude cristã para com quem errou, outra coisa é tolerar o erro, que quase sempre tem uma abrangência que conduz a uma chaga para os mais próximos e até para a própria sociedade).
Em jeito de resposta à minha intervenção, apenas uma mãe tomou a palavra para dizer que estava de acordo comigo, porém, chamou-me a atenção para o facto da existência dos problemas que não podemos ignorar...
E agora, digo eu: lá isso é verdade! Mas acham que o problema se combate ensinando tudo às crianças? Permitindo programas escolares que não servem para outra coisa senão ao incitamento da prática sexual?
Os pais e demais educadores em geral, ao permitirem estas políticas anti-natura, estão a fazer exactamente o mesmo que faria aquele pai, a cujo filho, só porque o seu grupo de amigos costuma fugir com uns carros, era ensinado um melhor conhecimento dos veículos automóveis, assim como todas as artimanhas para evitar ser apanhado pela polícia, uma vez que ainda é menor... Não digam que não é a mesma coisa, porque é! O princípio é exactamente o mesmo. Se a este hipotético jovem se lhe dava o conhecimento para não ser apanhado pela polícia, aos verdadeiros ensina-se-lhes a precaverem-se para não serem apanhados por uma doença...
Onde está a vossa coerência, ó pais e educadores em geral? Como é que não concordam com a “ideia” atrás apresentada, argumentando que isso seria um incitamento disfarçado ao uso de armas, e não se manifestam contra aquilo que astutamente é apresentado como programas de “educação” sexual?
Quanto às leis civis, o seu desconhecimento não iliba ninguém do seu cumprimento nem livra da pena a aplicar. Quanto à Lei de Deus, que ninguém pense que, pelo facto de um Estado tornar lícito o pecado, vai ser dispensado da Justiça Divina. Nesse Tribunal, de nada vale dizer que, “toda a gente fazia... era legal”, etc., etc.
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