quarta-feira, 7 de maio de 2008

Onde estão os católicos?

Num país em que se diz que a democracia está solidificada há já alguns anos, aparecem uma ou outra vez leis completamente contrárias ao que seria uma verdadeira e respeitosa convivência entre os mais diversos ideais, sejam eles de ordem sociológica, política, ou religiosa.

Eu creio que democracia é o ter e usar de liberdade para agir, quando para isso se foi mandatado, não deixando nunca de respeitar e considerar ideias diferentes, decidindo sempre em favor da maioria dos interessados. Quando tal não acontece, os que parece até babarem democracia em seus discursos, são os maiores impostores, porque levaram aqueles que neles votaram a acreditarem que eram de facto democratas. O ser democrata implica a aceitação e a sujeição às inalienáveis regras ético-deontológicas que a democracia comporta, coisa que parece constatar-se no proceder dos nossos políticos apenas quando é para ficar bem na “fotografia”.

Assemelhando-se a realidade da vida política a um género desses concursos que têm passado nas televisões, será que o “público”, neste caso, entenda-se, os católicos, conhecendo cada vez melhor os vários “actores” concorrentes a “ficar no palácio”, vai continuar a votar na “família” que só representa muito bem quando se trata de tragicomédias, cantando também muito bem apenas e só no entender dos amigos? Será que da parte do “público” ainda ninguém se apercebeu de sinais claros de falta de seriedade para alcançarem os seus objectivos?

Veja-se uma situação no mínimo suspeita:

Quando decorria a campanha para o último referendo do aborto, contactei a Comissão Nacional de Eleições para me inteirar sobre a legalidade da constituição de uma mesa de voto numa freguesia, quiçá a mais populosa da área metropolitana de Lisboa. Perguntava eu à técnica que me atendeu, creio que, jurista, como era possível que uma mesa de voto fosse constituída só por elementos dos partidos que promoveram o Sim ao aborto. Depois de me ter sido explicado que as listas com os nomes dos membros das mesas de voto têm um prazo para poderem ser contestadas, foi-me ainda referido, como que para atestar da seriedade que estaria garantida na contagem dos votos, que há um elemento em cada mesa com a função de fiscalizar toda a contagem.

Depois de ter ouvido isto, tive que pedir desculpa à pessoa que me atendeu, por ter dado uma real e grande gargalhada e, justificando a dita, tive que lhe dizer que tal função ia ser desempenhada por uma pessoa que era apenas e só do Bloco de Esquerda…

Pois é, caríssimos leitores, com esta gente, primeiro foi a retirada dos crucifixos das salas de aulas, como se o povo português tivesse ficado de um momento para o outro todo convertido ao Islão; depois foi a história do primeiro referendo ao aborto lhes ter ficado atravessada, não descansando enquanto não demonstraram como “são de facto democratas” ao não aceitarem a decisão do povo, tudo tendo feito para levarem a sua avante; e a última, foi a lei que criaram para que seja retirado o nome dos Santos de todas as escolas…

Cá para mim, o Governo tem alguma secreta comissão de estudos que o informou que o insucesso escolar se deve a esse facto de muitas escolas deste país terem o nome de algum Santo. Se assim for, e se se descobriu que afinal o Santo cujo nome tenha sido dado a uma escola anda a importunar os nossos meninos que nela aprendem, sou de acordo que se corra com ele, ou então, se for caso disso, chamem a polícia!...

Não pensem que é o interesse pela política que me leva a escrever este texto, pois, política, é coisa que cada vez mais enjoo. O que me move é a defesa de valores que há séculos fazem parte da cultura de um povo religioso que somos; é o constatar que os católicos andam a ficar demasiado frouxos, como se, ser católico seja o mesmo que ser masoquista…

Não é, portanto, como cidadão, mas como católico que vos pergunto: como é possível que gente que tem como escola a maçonaria, como afirmou numa grande entrevista o Grão Mestre da Loja maçónica do GOL em 2002, e depois de já terem dado provas do seu ódio contra a Igreja, tenham sido eleitos com o voto dos católicos? Quem não conheça ainda as razões que os motiva, faça uma leitura breve da História desde a 1.ª República e verá que já o então discípulo de Satanás, o Ministro das Finanças e Ministro de Cultos, Afonso Costa, foi seu feroz perseguidor, chegando a afirmar: «Dentro de duas gerações, a Religião Católica terá deixado de existir em Portugal».

Que Deus se compadeça da nossa Pátria e ilumine as consciências cívicas de todos os que ainda se dizem cristãos, pois, quem se esforça por ser Cristão, com as dificuldades que muitas vezes isso implica, não pode carregar aos ombros um fardo que é tão pesado que o impede de caminhar.

Quando se descobre o erro, só não muda de ideias quem, cego pelo orgulho, não experimenta a simplicidade da razão.

J. A. S.

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